Mecânico espancou vítimas antes de provocar incêndio com 6 mortes em MS

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O mecânico Edson da Silva, 34 anos, mostrou passo a passo, ontem, como provocou o incêndio na conveniência que matou seis pessoas da família dele, entre elas três crianças, em Coronel Sapucaia, a 400 quilômetros de Campo Grande, no dia 2 de maio. Segundo as informações apuradas junto à Polícia, Edson confessou que cometeu o crime depois de brigar com a esposa por causa de ciúmes. Antes de atear fogo no estabelecimento, Edson usou um pedaço de madeira para golpear as vítimas na cabeça. Ele foi preso na última terça-feira (10), na casa de uma irmã em Naviraí.

O fogo destruiu o estabelecimento e matou a proprietária, Rosângela dos Santos, 50 anos, e os dois filhos dela, Alejandro dos Santos, e Vanusa dos Santos, 26 anos, que era esposa de Edson. Também morreram os filhos de Vanusa: Thiago, 10, Sabrina, 4, e Stefani, 10 meses. Os dois menores eram filhos do mecânico.

Segundo o perito criminal Almicar da Serra, Edson contou que por volta das 2h da manhã do dia crime, ele deu uma paulada na cabeça de Vanusa após discussão por causa de ciúmes. A sogra, Rosângela e o cunhado Alejandro, acordaram com a confusão e foram até o quarto do casal ver o que havia acontecido foi quando também acabaram golpeados. Edson disse que no cunhado golpeou duas vezes, uma no braço e outra na cabeça. Os três desmaiaram.

Depois disso, ele arrastou a sogra e o cunhado para um dos quartos, foi até o cômodo onde estavam as crianças e golpeou primeiro o menino de 10 anos e depois os outros dois filhos deles.

Ele então colou a mulher e as crianças no banheiro e ficou perambulando pela casa, quando ouviu a criança mais velha dizer “tio não me mate”. Ele voltou no banheiro e deu mais uma paulada na cabeça das duas crianças mais velhas.

Edson então foi até o quintal tirou a gasolina da moto dele e despejou nos cômodos e nas paredes onde estavam os corpos. “Ele saiu na rua para ver se tinha alguém e encontrou uma vizinha foi quando, para criar um álibi, disse que estava indo trabalhar”, diz o perito. Depois de despistar a mulher, Edson voltou para a casa e usando um isqueiro ateou fogo por volta das 7h.

Ele deixou a casa toda fechada e foi trabalhar. “As vítimas estavam vivas e não fugiram porque estavam desmaiadas. Elas morreram asfixiadas por monóxido de Carbono”, explica Almicar. Ainda conforme o perito, o fogo demorou por cerca de 1h até se alastrar e chamar atenção da vizinhança.

Em depoimento à Polícia, logo após o incêndio, Edson levantou suspeita contra o cunhado Alejandro. Ele contou que na hora do incêndio, uma colega de Alejandro estava vendo o fogo e ligou no celular do rapaz. Segundo o que revelou Edson, Alejandro atendeu ao telefone, mas não falou nada e muito menos pediu socorro. Ele ainda relatou que o jovem não se dava bem com a família e já havia tentado suicídio.

Porém com o passar do tempo as investigações foram avançando e as suspeitas recaíram sobre Edson. “Ele não demonstrava nenhuma preocupação com o caso e a confirmação veio depois que um dos laudos apontou de que o incêndio era criminoso e não acidental”, afirma o perito.

O perito disse que durante a reprodução, centenas de pessoas acompanharam e estavam muito revoltadas com o crime. “Nós tivemos que acelerar um pouco porque os moradores estavam exaltados”, diz. A Polícia de Coronel Sapucaia pediu reforço para que a reconstituição do local fosse feita com segurança.

O delegado responsável pela investigação, Leandro Costa de Lacerda Azevedo, marcou para amanhã uma coletiva de imprensa para divulgar o resultado das investigações.