Mais de 30 municípios não registraram chuva no mês de junho em MS

Estresse hídrico é um dos responsáveis pela queda na produtividade do milho

  • Redação com Aprosoja-MS
Foto: Patrícia Vilela da Silva (Técnica da Aprosoja/MS)
Foto: Patrícia Vilela da Silva (Técnica da Aprosoja/MS)

As equipes da Aprosoja/MS continuam com o monitoramento do desenvolvimento e da colheita da segunda safra de milho do ano agrícola 2023/2024. Na primeira semana de julho, foi estabelecida comunicação com empresas de assistência técnica, produtores rurais, sindicatos rurais e empresas privadas situadas nos principais municípios produtores de soja e milho em Mato Grosso do Sul.

As informações levantadas apontam que a área destinada ao milho na 2ª safra de 2023/2024 tem expectativa de ser 5,8% menor em relação ao ciclo anterior (2022/2023), totalizando 2,2 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 86,3 sc/ha, gerando uma expectativa de produção de 11,4 milhões de toneladas.

Na segunda safra de milho de 2023/2024, já foram observadas perdas significativas no potencial produtivo devido ao estresse hídrico. Essa situação adversa afetou uma área total de 750 mil hectares no estado de Mato Grosso do Sul. Os períodos de seca ocorreram entre março e abril (10 a 30 dias de estresse hídrico) e mais recentemente, entre abril e julho (mais de 90 dias sem chuva).

De acordo com dados do Cemtec/Semadesc, no mês de junho de 2024, observou-se que a chuva ficou muito abaixo da média histórica, com valores que variam entre 0 e 10 mm, em todo o estado de Mato Grosso do Sul. Na análise do número de dias com chuvas abaixo de 1 mm, observa-se que todos os municípios apresentaram até 30 dias sem ocorrência de chuvas durante o mês de Junho.

Dentre os municípios monitorados, todos registraram chuvas muito abaixo da média histórica. O município com maior precipitação foi Aral Moreira, onde foram registrados apenas 4,4 mm de chuva acumulada em junho de 2024, o que representa 95% abaixo da média histórica. Por outro lado, grande parte dos municípios monitorados, não registraram chuvas em junho de 2024.  Dos 46 municípios analisados, todos os municípios tiveram chuvas muito abaixo da média histórica.

Colheita

De acordo com dados do SIGA-MS, a área colhida acompanhada pelo Projeto alcançou 29,6%, aproximadamente 656 mil hectares.

A colheita está mais avançada na região sul do estado, com uma média de 34,2%. Cerca de 50% da área plantada com milho nas cidades de Sete Quedas, Aral Moreira, Amambai, Caarapó, Douradina, Iguatemi e Laguna Carapã já foi colhida.

Na região norte, a média é de 24,5%. Alcinópolis e Paraíso das Águas já estão com cerca de 60% da área colhida.

Na região centro, a área colhida é de 17,2%. O destaque é para Rio Brilhante, com cerca de 25% da área total colhida.

Metodologia

Visando obter informações sobre as condições de desenvolvimento da segunda safra de milho, os técnicos do Projeto SIGA-MS realizam visitas diárias às diferentes regiões de cultivo no Mato Grosso do Sul. Durante essas visitas aos produtores, os técnicos de campo da Aprosoja/MS analisam diversos aspectos técnicos das lavouras de milho, com o objetivo de avaliar seu potencial produtivo. Essa avaliação é baseada na área total cultivada na propriedade e classifica as lavouras como "ruim", "regular" ou "bom".

Por exemplo, para uma lavoura ser classificada como "ruim", ela deve apresentar diversos critérios negativos, tais como alta infestação de pragas (plantas daninhas, pragas e doenças) ou falhas no estande de plantas, desfolhamento excessivo, enrolamento de folhas, amarelamento precoce das plantas, entre outros defeitos que causem perdas significativas de produtividade. Uma classificação "regular" é atribuída a lavouras que apresentam poucos problemas relacionados a pragas, estande de plantas razoável e pequeno amarelamento das plantas em desenvolvimento. Já uma classificação "bom" é dada a lavouras que não possuem nenhuma das características anteriores, com plantas saudáveis e que garantem uma boa produtividade.

A metodologia de produtividade do projeto SIGA-MS baseia-se na coleta de dados de campo, na qual os técnicos avaliam todos os parâmetros técnicos de forma amostral. São avaliados a média de plantas por linha, a média de sementes por planta, as perdas e o peso de mil grãos, com ajustes feitos com base na umidade do grão, que influencia diretamente na produtividade por hectare.

A produtividade informada pelo produtor sobre a área total é sempre levada em consideração de forma definitiva. Embora a avaliação amostral não possa abranger toda a propriedade, esses dados são valiosos e considerados para este levantamento, proporcionando certeza sobre o que é produzido nas propriedades produtoras de grãos do estado de Mato Grosso do Sul.

Posteriormente, os dados de produtividade são ponderados levando-se em consideração a área plantada de cada propriedade. Cada propriedade e sua área representam um percentual da produtividade do município. Além disso, a área plantada de cada município contribui para a produtividade total do estado de Mato Grosso do Sul.

Esse processo garante que propriedades e municípios com áreas maiores tenham um impacto proporcionalmente maior na produtividade média final do município ou do estado.

Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.