Lideranças no campo, mulheres se destacam no agronegócio
Com apenas 24 anos, a produtora rural Thaís Carbonaro Faleiros é, além de advogada e empreendedora rural, a nova diretora financeira da Aprosoja MS (Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul). Thaís é a imagem do que acontece no campo, reflexo da cidade, onde a mulher de forma cada vez mais representativa atua nos diferentes segmentos do agronegócio brasileiro, trabalhando no campo, nos laboratórios, dirigindo máquinas agrícolas, ocupando lugares de liderança e no comando de instituições representativas.
Thaís Carbonaro pertence a uma família tradicional de produtores rurais de Itaporã e, desde muito cedo trabalha com o pai na gestão da propriedade. Para a diretora, o setor ainda enfrenta preconceitos, mesmo que de forma mais sutil, entretanto a alternativa para driblar esta dificuldade é a conduta profissional e educação. "O desenvolvimento intelectual é a chave para diminuir a desigualdade de gênero. Além disso, a tecnologia diminuiu a necessidade da força bruta para realização de atividades antes predominantemente masculina, como operar máquinas agrícolas, tratores, colheitadeiras", ressalta.
Segundo o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Eduardo Riedel, o avanço das mulheres em todos os segmentos do agronegócio contribui diretamente para a expansão do setor. "Hoje são mais de 3,5 milhões de mulheres atuando no agronegócio, esse resultado mostra a capacidade de trabalho da mulher que mostra sua força empreendedora na cidade e no campo. Tanto que temos no Estado vários empreendimentos rurais comandados por mulheres e já são cinco sindicatos presididos por elas, refletindo este progresso social", afirma.
Para o presidente do Sistema Famasul a atuação das mulheres também é destaque no cenário político, com a Dilma Rousseff na presidência da República. Além disso, o setor tem a senadora Kátia Abreu na presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Em MS, Riedel cita a secretária de Produção e Turismo Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias e a vice-governadora, Simone Tebet, como exemplos de atuação.
Quando o assunto é qualificação, as mulheres também conquistam espaço. Prova disto é que em 2013 das 34,4 mil pessoas capacitadas pelo Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), 16,6 mil foram do gênero feminino, algo em torno de 50%. Para o superintendente do Senar/MS, Rogério Beretta, o percentual reflete o crescente interesse das mulheres pela atualização e conhecimento. "Os números do Senar/MS mostram que a mulher está indo além dos cursos de artesanatos e de preparação de alimentos e participando mais das capacitações sobre gestão, demonstrando um perfil empreendedor".
As mulheres que representam os sindicatos rurais de MS são Terezinha Cândido de Souza, do Sindicato Rural de Coxim; Telma Menezes, do Sindicato Rural Nova Alvorada do Sul; Dora Ângela Cecílio de Lima, de Bataguassú; Maria Neide Casagrande, de Tacuru, e Roseli Ruiz, de Antônio João.
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. No Ocidente, a data foi comemorada no início do século, até a década de 1920.