Interrogado sobre homicídio de musicista, réu afirma que estava sob efeito de drogas
Foi finalizada nesta quinta-feira (16) a fase de instrução do processo que apura a morte da musicista Mayara Amaral. A terceira e última audiência durou mais de duas horas e contou com o depoimento de uma testemunha de defesa, além do interrogatório de L.A.B.B. (acusado do assassinato). Na audiência foi também interrogado o réu A.S.P., que responde pelo crime de receptação, pois teria adquirido o veículo que pertencia a vítima.
L.A.B.B. confessou o crime, sustentando que no dia estava sobre o efeito de muitas drogas e que recorda de "flashes" de tudo o que aconteceu. Ele relatou que no momento houve uma discussão entre eles, porque Mayara o estaria forçando a confessar para a namorada que a estava traindo. Eles também teriam discutido porque a musicista suspeitava que teria contraído alguma doença sexualmente transmissível.
O réu afirmou que Mayara teria trancado a porta do quarto do motel onde estavam e escondido a chave, para dar seguimento a discussão. L.A.B.B. disse que queria sair daquela situação, e que pegou a primeira coisa que encontrou (o martelo) para dar um "susto" em Mayara, mas jamais provocar a morte.
Questionado sobre a dinâmica pós-crime, ele insistiu que não recordava de tudo, atribuindo ao uso excessivo de drogas, e que há três dias não dormia em razão do efeito delas. Ressaltou que estava bastante triste pela possibilidade de ter contraído uma doença grave e com a cabeça confusa pelo uso demasiado de entorpecentes.
Disse que, num primeiro momento, buscou se "livrar" do corpo e de todos os pertences da musicista, mas que não teria ateado fogo, e sim apenas a deixado na região do Inferninho. Ele atribuiu a carbonização do cadáver a uma eventual queimada no local.
Indagado pela promotoria que as imagens de uma conveniência mostraram que ele adquiriu álcool e cerveja, disse que pretendia atear fogo aos pertences da vítima e a latinha serviria para ele continuar usando drogas.
Ao longo de seu interrogatório, garantiu que não premeditou a ação, e sim foi uma fatalidade. Também foi contundente com relação ao fato de que não carbonizou o corpo e defendeu a todo momento que não recordava ao certo o que fez.
O laudo sobre o incidente de insanidade mental do acusado deve ser anexado ao processo na próxima terça-feira (21), quando o juiz Aluízio Pereira dos Santos deve abrir prazo para as alegações finais da acusação e defesa. Cada um tem cinco dias para apresentá-las.
O processo então retorna para as mãos do magistrado que decidirá se, diante de tudo o que foi apresentado, o réu será levado a júri popular ou não.