Com aumentos exorbitantes na energia elétrica do Centro-Sul, Concen volta a questionar distribuição de encargo
Nesta terça-feira, 21, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) definiu índices de reajustes de várias distribuidoras, deixando clara a disparidade de impacto nas tarifas em função da distribuição da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), um encargo setorial que tem como objetivo custear diversas políticas públicas do setor elétrico brasileiro, tais como: universalização do serviço de energia elétrica em todo o território nacional e descontos tarifários à baixa renda, rural, entre outros.
A Elektro, por exemplo, que atende cinco municípios da região do Bolsão de Mato Grosso do Sul, Selvíria, Três Lagoas, Brasilândia, Santa Rita do Pardo e Anaurilândia, teve reajuste médio de 24,42% aprovado, ao passo em que a Cemar, do Maranhão, ficou com 16,94%.“Além de pagar o exorbitante, porque estamos vinculados a Itaipu, que tem preço da energia atrelado ao dólar, o valor de quem está no Centro-Sul para a CDE é três vezes superior ao do Norte e Nordeste, uma distorção que já deveria ter sido corrigida, mas estamos patinando nesse assunto. Estamos todos interligados, mas ainda pagamos 70% e os Estados do Norte e Nordeste 30%”, atenta a presidente do Concen, Rosimeire Costa.
O Concen também aguarda decisão da Aneel quanto ao cálculo dos valores aprovados para Custo da Gestão dos Ativos de Geração (GAG-Melhorias), tendo como contraponto valores de investimentos apresentados pelas próprias hidrelétricas (Chesf) e também orçamento padrão da Eletrobrás (Usina de Belo Monte) . O recurso, em fase de análise, foi impetrado dia 27 de julho. O valor aprovado pela Aneel, onerou em até 3,86% as tarifas de energia elétrica, com impacto por 30 anos, a título de remuneração de investimentos na geração.