Em menos de dois meses, cinco mulheres foram vítimas de feminicídio em MS

No ano de 2019, foram feitas 96 denúncias de feminicídios em Mato Grosso do Sul.

  • Karol Chicoski
O assunto foi abordado durante reunião no último dia 20 - Foto: Pixabay
O assunto foi abordado durante reunião no último dia 20 - Foto: Pixabay

Desde o início deste ano até o último dia 20, cinco mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul. As informações foram repassadas pelo Ministério Público de MS, ontem (27).

No dia 20, o corregedor-geral do Ministério Público de MS, procurador de Justiça Marcos Antônio Martins Sottoriva, esteve nas promotorias de Justiça de Combate e Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra Mulher da Capital, visitou a Casa da Mulher Brasileira.

Na reunião, um dos temas abordados foi o aumento do número de feminicídios em Campo Grande, problema que tem se agravado por todo o Brasil.

Nesse dia, o Conselho Nacional do Ministério Público manifestou o compromisso de unir o Ministério Público dos Estados e da União em torno do tema, evitando que inquéritos que apuram o crime de feminicídio fiquem paralisados. Outro assunto discutido foi a importância das medidas protetivas de urgência.

As autoridades alertam, também, para a existência de uma realidade ainda mais preocupante, tendo em vista a grande subnotificação dos casos de violência, já que muitas mulheres não denunciam os agressores por medo, vergonha ou por outros fatores.

2019

No ano de 2019, foram feitas 96 denúncias de feminicídios em Mato Grosso do Sul. De acordo com levantamento feito pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, do Tribunal de Justiça, 26% das vítimas haviam registrado pedido de medidas protetivas contra o acusado, porém, nem todas as medidas estavam em vigor na época do crime. 

Conforme o Tribunal de Justiça, 74% das vítimas de feminicídio em território sul-mato-grossense no ano passado não haviam denunciado eventuais crimes anteriores praticados pelos acusados.

Os dados relevam que, nos casos analisados, a maioria dos filhos - crianças ou adolescentes - presenciou o crime, totalizando 57% das ocorrências. 

O relatório aponta que em 42% dos casos, o agressor não aceitava o fim do relacionamento, em 41%, o motivo alegado era ciúme, e outros fatores completam os 18%. 

A faca foi a arma mais utilizada pelos assassinos. Depois, aparece a arma de fogo (17), asfixia (10%), facão (4%), fogo (4%), pedaço de madeira (4%) e canivete (3%).



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