Campanha de vacinação contra aftosa em MS já atingiu 99% do rebanho

Faltam três dias para o encerramento na região do Pantanal, números se aproximam do obtido na campanha de maio

  • Assessoria/GovernoMS
Foto: Denilson Secreta
Foto: Denilson Secreta

Considerando as peculiaridades do Estado, que conta com regiões como a do Pantanal, que enfrenta grandes cheias ao longo do ano, dificultando o acesso até às propriedades e impossibilitando o manejo adequado do rebanho, em Mato Grosso do Sul a campanha de vacinação contra a febre aftosa em bovinos e bubalinos acontece em duas etapas, nos meses de maio e novembro.

Nesta segunda etapa, que foi encerrada no dia 15 de dezembro nas regiões do Planalto e Zona de Fronteira, as parciais divulgadas pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) trazem números que confirmam a excelência do trabalho realizado no Estado pelos pecuaristas em parceria com a Iagro. No Pantanal, o prazo diferenciado termina no domingo, dia 30 de dezembro.


Faltando três dias para o encerramento da Campanha de novembro, o Governo do Estado, por meio da Iagro, divulga números que apontam proximidade com o resultado obtido na Campanha realizada em maio, quando a cobertura chegou aos 99%.

Conforme o relatório, na região do Planalto 99,11% dos animais da região tiveram declaração de vacinação registrada no sistema da Agência, 98,13% dos animais da Zona de Fronteira também foram declarados vacinados e da região do Pantanal os números já chegam a 93,20%.

Segundo o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, os números da região do Pantanal ainda podem ter alguma mudança. “Nesses três últimos dias até o fechamento, seguramente teremos registros que elevarão os números e os aproximarão dos obtidos na última campanha”, afirma.

O diretor-executivo da Iagro, Roberto Bueno, que já esteve em várias partes do País levando a experiência de Mato Grosso do Sul no combate da doença, explica que a parceria da Iagro com os pecuaristas e sua conscientização quanto à importância da imunização levaram o Estado a figurar entre os três melhores resultados do Brasil nos últimos cinco anos e, consequentemente, abriu as portas para mercados que se fecharam quando da ocorrência de casos da doença em 2006.

Para Bueno, esse trabalho foi fundamental para que o Governo Federal pudesse colocar em prática o Plano Estratégico de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa) em 2017, que prevê a retirada da vacinação até 2023, tendo como diretrizes básicas deste trabalho a gestão compartilhada entre governos e iniciativa privada, o aperfeiçoamento das capacidades do Serviço Veterinário Oficial (SVO), a regionalização das ações, fortalecimento do sistema de vigilância, cooperação internacional e educação em saúde animal, conforme destaca: “Vimos seguindo à risca o cronograma previsto para o bloco do qual fazemos parte”.

Mato Grosso do Sul faz parte do Bloco V, que reúne ainda Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “A evolução das ações tem feito alguns estados, inclusive, aventarem a possibilidade de pedir a retirada da obrigatoriedade da vacinação antes do prazo previsto no Plano. Contudo, em Mato Grosso do Sul devemos manter as ações dentro do que foi estabelecido, já que nossa realidade é bastante diferente dos demais estados que compõe conosco o Bloco V”, afirma o diretor-executivo, referindo-se à extensa área de fronteira com a Bolívia e o Paraguai.

Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul soma 21 milhões de cabeças de bovinos. O rebanho do Estado é altamente produtivo (reduziu em 2 milhões de hectares a área de pastagem, mas mantém o volume de abate), é líder no abate de bezerros com até 24 meses, tem carne de qualidade comprovada, é o único Estado que mantem há mais de trinta anos um programa de incentivo à criação de animais precoces e instituiu recentemente o programa Carne Sustentável e Orgânica do Pantanal, que prevê o abate já em 2019 de pelo menos 30 mil animais.

Campanha contra aftosa no Brasil

Segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), neste ano, pela última vez todo o rebanho dos estados do Acre, Rondônia, parte do Amazonas e parte de Mato Grosso foram vacinados contra aftosa, obedecendo todas as datas do calendário nacional. Em maio do ano que vem, ainda farão a vacinação dos animais mas, já em novembro, estarão fora do calendário de vacinação de bovinos e bubalinos.

A vacinação contra a febre aftosa de todo o rebanho bovino e bubalino tem como objetivo alcançar 217,4 milhões de animais no País. Assim, seguindo o calendário normal, que previa a vacinação em maio de todo o rebanho (201,2 milhões de cabeças), foram imunizados 197,8 milhões de animais, alcançando uma cobertura vacinal de 98,31%. No mês passado a meta da segunda etapa de vacinação era imunizar 96 milhões de animais com idade de até 24 meses. Os números finais da Campanha de novembro deverão ser consolidados em janeiro de 2019.

Para assegurar o status de zona livre de febre aftosa com vacinação, que o País conquistou recentemente, é fundamental o alto nível de cobertura vacinal. A exigência é que os órgãos sanitários atinjam no mínimo 80%. 

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