Acompanhamento da Defensoria garante baixo fluxo de pacientes em fila de espera de radioterapia
Quase 150 assistidos foram beneficiados em apenas dois meses
Acompanhamento da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul garantiu a manutenção de baixo fluxo de pacientes na fila de espera da radioterapia em Campo Grande. A estimativa é de que entre 110 e 140 pacientes foram beneficiados com essa atuação apenas entre março e maio deste ano.
Isso porque, conforme o defensor público Nilton Marcelo de Camargo, titular da 4ª DP - Núcleo de Atenção à Saúde (NAS), a instituição realiza encontros trimestrais desde 2019, com participação da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (SESAU), Hospital do Câncer Alfredo Abrão e Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) e descobriu que um importante aparelho de diagnóstico estava danificado.
“Nossas reuniões trimestrais procuram impedir que o fluxo de pacientes em espera atinja novamente quantitativos de 180, 210, 240, 320, 380, 440 pacientes, como ocorreu no passado, principalmente entre os anos de 2016 a 2019, época em que foi necessário ajuizarmos uma Ação Civil Pública que obteve liminar favorável”, destacou o defensor.
Além disso, segundo o defensor, durante as sucessivas reuniões de trabalho, entre os meses de março e maio de 2022, um relevante passo foi dado pelos autores que ao empregarem esforços administrativos, jurídicos, operacionais e financeiros, conseguiram manter a execução do serviço de radioterapia com oferta entre 50 a 65 vagas/mês.
“Por meio da Defensoria, Estado e Município de Campo Grande formalizamos e assinamos um termo de cooperação. No documento, consta o aporte financeiro de R$ 720 mil. Deste valor, R$ 600 mil é para o conserto da peça do aparelho de tomografia e R$ 120 mil para atualização do software da máquina de Braquioterapia. Inclusive, em menos de 15 dias os valores já foram devidamente quitados pelos envolvidos”, detalha o defensor.
Assim, o fluxo de pacientes se mantém entre 70 a 80 dias de espera, mesmo com a redução da oferta de vagas causada pela quebra da peça do aparelho de tomografia, cuja necessidade de substituição é urgente, para a retomada da produção de serviços em níveis apropriados ao período anterior a redução dos atendimentos, que era entre 90 a 105 pacientes/mês, e o fluxo de pacientes em espera era inferior a 60 dias.
“Os exames clínicos de tomografia são imprescindíveis para o fechamento de um diagnóstico oncológico. É a partir dele que o médico poderá fazer uma avaliação para decidir se o paciente será encaminhado para fazer: apenas um tratamento de radioterapia; apenas de quimioterapia; radioterapia e quimioterapia. Portanto, a reposição desta peça é fundamental para o funcionamento do serviço oncológico”, pontua.
O defensor ressalta, ainda, que na macrorregião de saúde de Campo Grande (regiões de Corumbá, Miranda, Três Lagoas, Bataguassu, Aquidauana) apenas duas entidades hospitalares executam tratamentos oncológicos (quimioterapia e radioterapia), são eles: Hospital do Câncer Alfredo Abrão e o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossiam (Humap). São as únicas entidades hospitalares conveniadas ao SUS para tratamento oncológico no Estado de MS.
“A Defensoria realiza agora o levantamento de todos os pacientes que, indevidamente, aguardam chamada para início do tratamento oncológico além do prazo previsto em lei para devida reparação de danos, previstos na sentença e do acórdão da ACP”, finaliza.