Abelhas híbridas e agressivas são responsáveis por ataques em Campo Grande

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Devido ao cruzamento entre espécies, abelhas são mais agressivas e defensivas (Alcides Neto)
Devido ao cruzamento entre espécies, abelhas são mais agressivas e defensivas (Alcides Neto)

As abelhas que atacaram moradores, mataram animais e causaram pânico nos últimos dias em cinco bairros de Campo Grande são híbridas, ou seja, de um cruzamento entre espécies europeia e africana. Os isentos são considerados extremamente agressivos e atacam quando são ameaçados.

As informações são do presidente da Associação de Apicultura de Mato Grosso do Sul, Gustavo Nadeu Bijos. Segundo ele, as abelhas são migratórias e só atacam em casos de stress. “Essas abelhas saíram em enxames de matas, onde existiam colméias, para se instalarem em outras regiões da Capital. Nestes locais, elas se reproduziram e houve uma aglomeração da espécie. Com as colméias lotadas de alimentos e crias, as abelhas não suportam qualquer tipo de stress, como um som alto, movimento, ou até mesmo um forte odor, e acabam atacando para se defender”, explicou Gustavo.

Segundo o apicultor, o nome científico da espécie é Apis Mellifera. O denominação surgiu no ano de 1956, na cidade de Rio Claro (SP), quando houve o cruzamento das espécies Europa com a Apis Africanizada.

Gustavo afirmou que população não pode procurar diretamente um apicultor caso encontra uma colméia, por que o profissional não tem permissão de fazer a retirada sem a presença do Corpo de Bombeiros ou outro órgão, que possa se responsabilizar caso algum acidente aconteça.

“Não existe regularização para que possamos fazer a retirada das colméias, por isso ficamos relutantes em ir até os locais. Por isso pedimos que a população acione primeiro os bombeiros nestes casos”, comentou o apicultor.

Quando as abelhas são encontradas em postes de energia elétrica os bombeiros também não podem fazer a retirada. A responsabilidade fica a cargo da concessionária de energia. Casos semelhantes foram registrados nos bairros Aero Rancho, Parati, Guanandi II, Nossa Senhora das Graças e Jardim Colibri.

Conforme a auxiliar de biblioteca, Luciana dos Santos Vaez, que mora na Rua Humberto Fernandes Lino, bairro Colibri, onde aconteceu um ataque na tarde da quarta-feira (29), disse que já entrou em contato com a concessionária de energia, mas não obteve sucesso quanto a retirada da colméia.

“Veio um funcionário até minha casa, mas quando ele viu a colméia disse que a solicitação de serviço era sobre poda de árvore e não retirada de colméia, e foi embora. Sendo que quando liguei falei para a atendente que era retirada das abelhas”, mencionou.

O presidente da Associação de Apicultura lembrou ainda que as pessoas que sofrerem picadas do inseto devem procurar imediatamente a unidade de saúde próxima, mesmo não sendo alérgicas, para ficarem em estado de observação. “As pessoas devem ir até o posto de saúde por que podem ter reações à picada”, finalizou.

A Enersul foi procurada, mas as ligações não foram atendidas.

 

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