Matador de tubarões, haitiano que vive em Dourados brilha no MMA e busca apoio

Bons resultados têm motivado novos convites para competições em diferentes localidades, e receber apoio é indispensável

  • André Bento
Jean Robert Jean Louis brilha no MMA conhecido como Roberto Haitiano em Dourados (Foto: Divulgação)
Jean Robert Jean Louis brilha no MMA conhecido como Roberto Haitiano em Dourados (Foto: Divulgação)

Aos 24 anos de idade, o haitiano Jean Robert Jean Louis já tem bastante história para contar. Antes de mudar-se ao Brasil, há quatro anos, garante que ganhava a vida matando tubarões nas águas do mar do caribe. Agora em Dourados, cidade que o acolheu, já começou a escrever novos capítulos, dessa vez no MMA, luta de artes marciais mistas. Bons resultados têm motivado novos convites para competições em diferentes localidades, e receber apoio é indispensável.

Roberto Haitiano, como é conhecido por aqui, revelou que já no próximo sábado, dia 6 de julho, tem novo desafio. Ele entrará no octógono a ser montado no Ginásio de Esportes Louquinho, em Maracaju, durante o Dragon Fight Championship. E com outras lutas pré-agendadas, a necessidade de patrocínio é cada vez maior. Por isso, disponibilizou seu próprio telefone de contato, 99846-3012, e o da esposa Kalenia Beckmann, 98125-9161, para quem puder ajudar.

MATADOR DE TUBARÕES

Em entrevista à 94FM, o haitiano explica que a busca por apoio é fundamental. “Hoje um desafio é o patrocinador, porque a maioria dos eventos que luto me convida para voltar, e nem sempre consigo por causa da despesa”, afirma. Já são sete lutas, todas com vitória. Elas aconteceram em Dourados, Campo Grande, Naviraí, Eldorado, São Paulo, Rio de Janeiro e até no Equador.

Contudo, embora obter patrocínio para seguir sua carreira promissora no MMA seja um grande desafio, não é o maior que já enfrentou. “Eu trabalhava matando tubarão. Estudava na República Dominicana e não quis voltar para o Haiti. Fiz curso para matar tubarão com arpão em 40 metros de profundidade e chegava a passar 30 dias no mar, dentro de um barco, sem ver terra firme”, relata.

A história é de tirar o fôlego. O jovem explica que um barco grande levava até 20 pequenos botes, tripulados por duas pessoas. Uma ficava na superfície, enquanto ele mergulhava equipado para caçar as feras dos mares. “Já perdi amigos que morreram na minha frente. Era um trabalho que pagava bem, mas era muito perigoso”, pontua.

NO BRASIL

Aos 24 anos, jovem haitiano vive em Dourados há quatro anos e busca apoio para seguir carreira no MMA (Foto: Divulgação)
Aos 24 anos, jovem haitiano vive em Dourados há quatro anos e busca apoio para seguir carreira no MMA (Foto: Divulgação)
Depois de cinco anos nesse arriscado trabalho, veio passear no Brasil, país que conhecia apenas através de imagens na internet. Em São Paulo e sem saber falar nada em português, conheceu o funcionário de um hotel que conseguia comunicar-se com ele em francês. “Ele me convidou para conhecer Dourados, onde vivia a família dele”, relata.

Após passear no centro de Dourados, Jean Robert Jean Louis gostou da cidade e decidiu ficar. Sem condições de manter-se por aqui por muito tempo, por causa da diária de R$ 55 no hotel em que estava hospedado, contou com o apoio do dono do estabelecimento que o ajudou a alugar um apartamento.

ROBERTO HAITIANO

Em Dourados, o haitiano fez amizades rapidamente, passou a falar melhor o português e num dos trabalhos que teve, conheceu um amigo que praticava luta e o levou para treinar com ele em uma academia. Tempos depois, conseguiu uma bolsa com o mestre Felipe Miranda, que viu nele potencial para o MMA.

Desde então são sete lutas oficiais, todas com vitória no final. “Foram lutas difíceis, com adversários muito duros, lutei no Equador, com aluno do Marreta do UFC, mas graças a Deus me mantenho equilibrado. No mar eu enfrentava bicho muito bravo. Hoje, enfrentar um atleta não tem problema, porque o tubarão poderia me comer, e o lutador não. Estou animado, tranquilo, quando o juiz manda começar já estou pronto, meu adversário também treina, não quer perder, mas tenho sonho, saí do mar e não fui morto, então vou para cima”, detalha.

Rifa visa arrecadar dinheiro para custear viagem e alimentação do atleta em competição (Foto: Divulgação)
Rifa visa arrecadar dinheiro para custear viagem e alimentação do atleta em competição (Foto: Divulgação)
Devido ao sotaque francês necessário para pronunciar seu nome, Jean Robert Jean Louis passou a ser chamado de Roberto haitiano pelos amigos. Com 1,80 metro e peso de 74 quilos, está sempre na luta com a balança, já que compete em categorias mais leve. No sábado, por exemplo, precisará estar com no máximo 61 quilos.

Para ajudar nos custos com deslocamento e alimentação para essa próxima luta, uma rifa de R$ 10 foi feita por amigos que querem ajuda-lo. Serão quatro prêmios, que serão sorteados dia 5 de julho na Barbearia Tubarão. Um cordão de prata no valor de R$ 500, um tênis da Nike de R$ 150, uma caixinha de Conti e um mês de corte de cabelo grátis são as premiações. Ela pode ser comprada na Loja Viela, na Academia FFT e na Barbearia Tubarão.

Comentários
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  • Jussara Pereira

    Jussara Pereira

    Que história incrível,Deus o abençoe.

  • Luan

    Luan

    Seja bem-vindo ao mundo do MMA