Zauith quer a prisão do presidente do Simted por causa de greve e bloqueio à MS-156
Prefeitura também multou o sindicato dos educadores por poluição sonora durante protesto no CAM
O prefeito Murilo Zauith (PSB) pediu a prisão do presidente do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados), João Vanderley Azevedo. O motivo é a greve dos educadores e o bloqueio à MS-156, promovido por trabalhadores da educação na Reserva Indígena.
Na ação que move contra o Sindicato por considerar a greve ilegal e abusiva, o procurador do município Isaú de Oliveira solicita à Justiça que determine ao presidente do Simted “que promova o imediato desbloqueio da Rodovia MS-156, que liga Dourados à Itaporã, sob pena de ser decretada a sua prisão por desobediência”.
Os trabalhadores da educação acusam o prefeito de tentar criminalizar o movimento grevista, que garantem ser legítimo e previsto na Constituição Federal. O protesto dos educadores é motivado por promessas não cumpridas por Zauith.
Sem querer sequer atender a uma comissão que represente a categoria, o prefeito de Dourados lançou uma ofensiva utilizando a estrutura administrativa do município contra os trabalhadores. Essa é outra acusação feita pelo Simted, que revela ter sido multado por poluição sonora numa das manifestações.
No dia 24 passado o Imam (Instituto de Meio Ambiente de Dourados) aplicou multa de R$ 4,8 mil ao sindicato. O fiscal ambiental Marcos Antonio de Brito constatou que os trabalhadores da educação utilizaram “instrumentos de percussão, corneta de mão, apitos e um instrumento de sonorização acoplado a um veículo do Simted e conforme constatações in loco os níveis de pressão sonora encontram-se fora dos padrões de aceitabilidade, chegando a atingir picos de 92,3 decibéis”.
No Laudo de Constatação 004105/2014, o fiscal avalia que “os ruídos propagados no local estariam atrapalhando o bom andamento do serviço público do Centro Administrativo Municipal”. Além da multa aplicada, notificou o Simted a “paralisar imediatamente as manifestações utilizando aparelhos amplificadores de sonorização ou qualquer outro tipo de equipamento que produzam/propagam ruídos acima de 60 decibéis a menos de 100 metros de distância do Centro Administrativo Municipal”.
Os educadores satirizaram essa atitude. Além de contestar “a proibição de manifestações previstas em lei”, informam terem comemorado “o fato de a prefeitura dispor do aparelho decibelímetro, algo que dificilmente é utilizado para coibir algazarras promovidas na área central e já denunciadas até mesmo pelo MPE (Ministério Público Estadual)”.