Vereadora reconhece erro e se desculpa por ter acusado a câmara de suposta fraude (veja vídeo)

No início da sessão de ontem (02), Virgínia Magrini subiu à tribuna e se retratou diante dos colegas

  • Alexandre Duarte

Na sessão de ontem (06) da câmara de Dourados, o momento mais esperado e comentado da ocasião foi o pronunciamento da vereadora Virgínia Magrini, que diante de todos os colegas se retratou e disse que errou ao afirmar que a câmara supostamente havia cometido uma fraude para ludibriá-la.

Magrini pediu desculpas ao eleitorado e aos colegas vereadores, nomeando um por um. O imbróglio teve início na sexta-feira (02), quando em entrevista à 94FM, a vereadora afirmou que a casa havia produzido duas versões de um mesmo projeto que tratava da isenção de ISSQN (imposto sobre serviço de qualquer natureza) para o transporte público. Segundo a denunciante, a cópia que estava em suas mãos era diferente da que foi entregue para os colegas que compactuam com o prefeito Murilo Zauith.

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A retratação foi apenas o episódio final de um drama que teve início logo após a denúncia. Conforme relatos dos bastidores do legislativo municipal, no início desta semana a representante mor da oposição na casa foi “conduzida aos calabouços” da câmara, onde após extensa sabatina, concordou em se retratar para evitar possíveis punições.

Origem do erro

Em seu discurso, a vereadora assumiu que a confusão foi gerada por um erro dela e de seu gabinete, ambos não observaram que uma folha do projeto foi substituída dias antes da primeira votação, ocorrida na terça-feira da semana passada, dia 29 de abril. Contudo, apesar de reconhecer o equívoco, Magrini contestou o método utilizado para a substituição da lauda. Ela reforça que o ideal é que o projeto fosse trocado por inteiro, com nova data/hora e número de protocolo.

A redenção

Após o pronunciamento de Magrini, a maioria dos vereadores subiu à tribuna e cumpriu o protocolo que foi acordado “nos calabouços” e enalteceram a atitude da colega em reconhecer o erro e pedir desculpas. A cena, inédita na história contemporânea da cidade criou (propositalmente ou não) um mártir da política douradense. E como no BBB (Big Brother Brasil), a vereadora foi ao paredão, mas não foi eliminada.

Um dos últimos a subir na tribuna e comentar o acontecido foi o presidente da câmara, Idenor Machado, que em tom shakespeariano e com voz embasbacada, reiterou as condolências à colega e com olhos marejados disse que Magrini teve inspiração na sabedoria divina para pedir a “absolvição” daqueles que possivelmente poderiam “crucificá-la”.

Assista o vídeo: