UPA vira 'elefante branco' em Dourados
Praticamente abandonada, a UPA já precisa de uma mini reforma
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Dourados é mais uma das obras públicas que entra para o registro de 'elefante branco'. A construção foi entregue em dezembro de 2011 e um ano e três meses depois não há previsão de inauguração. Foram investidos R$ 2,1 milhões.
Por estar praticamente abandonada, a UPA já precisa de uma mini reforma. A pintura das paredes, por exemplo, esta suja e desbotada, tanto do lado externo como interno do prédio. Do lado de dentro a sujeira toma conta.
Construída com recurso federal e contrapartida da prefeitura, a UPA teria capacidade de atender de 301 a 450 pacientes num período de 24 horas, com seis médicos por plantão e de 13 a 20 leitos de observação. Se estivesse funcionando desafogaria o Pronto de Atendimento Médico (PAM), que funciona das 6h às 0h, e que vive lotado, mas principalmente o Hospital da Vida, referência em urgência e emergência para Dourados e região e acaba se tornando num “postão de saúde”.
Mesmo sem condições de colocar em funcionamento as unidades que possui ou melhorar o atendimento naqueles que enfrentam dificuldades, a exemplo do Hospital da Vida, que tem déficit de R$ 700 mil mensal, o poder público discuti a viabilização da construção de um novo hospital na cidade, que se continuar no mesmo ritmo poderá ser mais um elefante branco'.
Na semana passada, lideranças políticas debateram na Câmara Municipal a construção do Hospital Regional em Dourados. O governador André Puccinelli esteve presente e na oportunidade anunciou a aprovação da emenda federal de R$ 17,8 milhões junto ao Orçamento Geral da União (OGU) para a construção da unidade.
Segundo o presidente do Conselho Municipal de Saúde em Dourados, Demetrios Pareja, a UPA e o Hospital Regional são bem vindos, no entanto, é preciso financiamento para manter essas unidades. "De fato não adianta nada construir novas unidades se o financiamento em saúde no município não aumentar", disse ele, acrescentando que a cidade não poderia negar a vinda dessas unidades. "Com certeza precisamos porque a macrorregião de Dourados é de uma população de 800 mil habitantes", pontuou.
Os recursos em saúde são pactuados e recebem investimentos dos governos municipal, estadual e federal. Dourados sofre com a falta de financiamento para tocar as unidades que possui, devido os poucos recursos que recebe principalmente dos governos estadual e federal. Para se ter uma ideia, somente o Hospital Regional de Campo Grande recebe cerca de cinco vezes mais recursos que Dourados.