Socióloga de Dourados vive mãe de Paolla Oliveira em filme, mas só no porta retrato
Aos 51 anos, a socióloga Leni Orlandini, encara pela primeira vez as câmeras. Depois de feito o teste para figuração, ela foi escolhida mãe de Paolla Oliveira no filme "Em nome da lei", longa-metragem que está sendo rodado em Dourados, inspirado na trajetória do juiz federal Odilon de Oliveira. Com Mateus Solano e Paolla Oliveira circulando na região, a cidade está em polvorosa, é selfie para tudo quanto é lado e também a oportunidade de douradenses de nascença ou coração estrelarem na telona.
"Saiu na imprensa que estavam fazendo inscrição para figuração do filme que seria rodado aqui. A primeira vez que eu fui, tinham 280 pessoas na minha frente. Eu tenho 51 anos, quem estava lá eram estudantes de Artes e eu pensei: 'bom, não é pra mim' e fui embora", descreve Leni.
Por meio de uma amiga que tinha um contato direto com a produção, Leni pediu mais uma chance. Conseguiu. Obedeceu a orientação de ir até a base da gravação, fazer a inscrição e deixar o nome. "Eu fui, tinham quatro pessoas na mesa, a menina me falou: a gente te liga para chamar pra figuração'", reproduz a socióloga.
A socióloga de Dourados vai aparecer no filme, quando numa determinada cena, Paolla e Mateus vão conversar sobre a vida e ela fala que a base de família que teve foi a mãe. "Eles não passam muita coisa pra gente, mas pelo que eu entendi, ela vai ser uma promotora que não tem família muito grande e parece que a referência dela de família é a mãe. Eles vão falar sobre família e ela vai mostrar o porta-retrato".
Ali estará o rostinho de Leni. "Não chega a ser atuação, mas é muito legal. Eu adorei, no domingo fizemos as fotos e no sábado que eu fiquei o dia todo com a produção, mas não fiquei trabalhando não", detalha.
A rotina dos atores em cena é puxada. Com 12h de gravação direta, segundo a população que acompanha. "É uma cena atrás da outra, fiquei muito feliz, muito emocionada. Eles são generosos, a Paolla falava 'deixa eu abraçar a minha mãe'".
Mesmo sendo a mãe só no retrato, Leni fala com tanta alegria que transmite exatamente a sensação de quem está acompanhando tão de pertinho o que só se via pela televisão. "A gente mora fora desse eixo Rio - São Paulo onde as coisas acontecem mais e é muito bom saber como funciona a produção de um filme. Estrelar? Não menina, a estrela é ela, a celebridade é ela, mas eu me senti lisonjeada, nunca é tarde para as coisas acontecerem", resume Leni.
Selfie pra todo lado - No sábado, ao saber que o filme tinha começado, a microempreendedora Adriana Canuto Monteiro, de 38 anos, deixou a cidade onde mora, coladinho em Dourados, Fátima do Sul para tentar uma fotinha que fosse com os artistas. E conseguiu.
"Eu falei: 'vamos lá no aeroporto ver', para o meu marido. Chegamos lá e eles estavam gravando. Assistimos um pouco e eu tirei uma foto, numa boa com ele". Ele no caso, é Mateus Solano. "Eu pedi na maior cara de pau, enquanto meu marido estacionava o carro, desci numa boa, a segurança estava toda envolvida porque eles logo iam começar a gravar. Eu vi e pedi 'posso tirar uma foto?' O Mateus falou 'vem, vem, vem'. Ninguém tirou, só eu. Tive a maior sorte", comemora Adriana. Depois de postar no Facebook, ela brinca que nunca teve tantos comentários.
Agora que a corretora de imóvies Andrea Lima, de 39 anos, soube que as gravações aconteciam a duas quadras de casa, do lado da escola da filha. Caminho dela, nessa semana Andrea adotou a estratégia de tomar café numa padaria em frente ao set preparado. De lá, consegue ver algumas das cenas.
"Aqui está uma muvuca, uma galera querendo tirar selfie. A cidade não parou por causa disso, mas deu uma atrapalhada, como se fosse o fim do mundo. Eles são bem acessíveis e aqui, estamos amando", afirma Andrea.