Servidoras denunciam nomeada de confiança do prefeito ao MPE por assédio moral
Grupo formado por 12 servidoras municipais concursadas que atuam na Clínica Mulher, em Dourados, denunciou ao MPE (Ministério Público Estadual) a ocorrência de assédio moral na unidade. Segundo as denunciantes, uma ocupante de cargo de confiança, nomeada pelo prefeito Murilo Zauith (PSB), as ofende constantemente até mesmo na frente das pacientes ali atendidas.
O documento protocolizado junto à 16ª Promotoria de Justiça da Comarca na semana passada foi obtido com exclusividade pela 94 FM. Na denúncia, são mencionadas inúmeras ofensas que seriam proferidas com frequência pela nomeada do prefeito.
Embora conste no documento, o nome da denunciada não será divulgado até que haja comprovação dos fatos. A prefeitura foi procurada pela reportagem para informar sobre eventual sindicância contra a acusada, uma vez que as queixas contra ela já foram feitas até mesmo através ouvidoria da administração municipal. Não houve qualquer resposta até a publicação desta matéria.
Consta na denúncia que a ocupante de cargo de confiança estaria abusando da autoridade e força política. É narrado que essa servidora “vem por diversas vezes expondo e humilhando seus subordinados, usando termos pejorativos para com as mesmas como: ‘espírito de porco, retardada, pobre, incompetente, burra, horrorosa, brega, inútil, vulgar, lesma, songa-monga, arrombada, moto serra, cadáver que só falta o caixão (sic)’”.
Conforme a denúncia, esses termos são “desferidos, inclusive, na presença dos pacientes”, “estes que em diversas oportunidades ficam chocados com as atrocidades presenciadas”.
Em um dos casos narrados na denúncia, é descrito que a nomeada do prefeito “difamou uma das funcionárias, afirmando a todos que a mesma fazia uso de drogas ilícitas ‘cheirava pó’ à noite toda e, no outro dia, dirigia-se a unidade de saúde. Sob a justificativa de quem estudava precisava usar cocaína para manter-se acordada (sic)”.
Ainda de acordo com o documento já em mãos do MPE, a denunciada teria dito às demais servidoras que não era preciso ligar o ar condicionado instalado na recepção “porque pobre não é acostumado com isso”.
Há também menção à oportunidade em que a nomeada do prefeito teria chamado as recepcionistas de retardadas. Em outra ocasião, teria dito que os filhos de uma colega são “suicida e traficante (sic)”.
Segundo a denúncia, a ocupante de cargo de confiança teria chegado a “trocar de função uma das funcionárias por não gostar da cor do cabelo da mesma (sic)”. No dia 4 de abril, quando a Clínica da Mulher foi inaugurada, a denunciada teria recomendado “que todas as servidoras fossem de uniforme, sob a alegação de não ficarem ‘vulgar com cara de pobre e mal arrumada (sic)’”.