Sem saber que Zauith engavetou projeto em 2012, aliado pede novo Plano de Arborização
Vereador Raphael Mattos propôs criação de um plano, embora possa cobrar a implementação do já existente
Apesar da afinidade política evidenciada a cada votação de projeto encaminhado pela Prefeitura de Dourados, a base aliada do prefeito Murilo Zauith (PSB) na Câmara de Vereadores demonstra não saber exatamente o que acontece no município. Aliado do chefe do Executivo, o parlamentar Raphael Matos (PTB) o deixou numa “saia justa” ao propor à administração municipal algo que o mandatário não consegue por em prática há dois anos.
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Em matéria de divulgação de seu mandato, o petebista informa ter proposto à prefeitura que sejam tomadas providências para elaboração de um Plano de Arborização Urbana em Dourados. O que o vereador demonstrou não saber é que Zauith tem em mãos um esboço desse plano desde 2012. Por tê-lo engavetado, o prefeito foi repreendido pelo MPE (Ministério Público Estadual) recentemente e será processado se não implantá-lo na cidade em nove meses.
PLANO JÁ EXISTE
Para Raphael Mattos, a arborização da cidade deve ser intensificada e “este plantio deve ser organizado, respeitando uma legislação municipal que determine o correto plantio das árvores”. Mas o vereador perde tempo ao propor o novo. Na condição de legislador, tem o dever e o poder de cobrar a imediata implementação do plano já desenvolvido.
Conforme o Termo de Acordo firmado entre a Prefeitura de Dourados e a 11ª Promotoria de Justiça da Comarca no dia no dia 22 de abril deste ano, Zauith tem um ano – a partir daquela data - para elaborar e implementar o Plano de Arborização Urbana do município. Essa foi apenas uma de pelo menos nove ações de preservação ambiental determinadas ao prefeito pelo promotor Ricardo Rotunno.
VEREADOR FISCALIZA?
Embora seja uma das funções do vereador, a fiscalização do poder Executivo parece não ser prioridade para a base aliada de Zauith. Se fosse, Raphael Mattos teria, no mínimo, conhecimento desse termo. Com isso poderia, eventualmente, ser capaz de contribuir com a execução de uma medida que o prefeito é obrigado a desengavetar.
Ainda em 2012 especialistas ligados à UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e entidades representativas da sociedade promoveram um inventário arbóreo da cidade. Esse levantamento - que continha informações das espécies existentes no perímetro urbano e orientações sobre plantio e manejo - embasou o plano.
Em agosto de 2012 a prefeitura informava que 65% do texto do Plano Diretor de Arborização já haviam sido analisados por ambientalistas. Mas somente no final de 2013 a administração municipal voltou a falar sobre o plano, isso depois de fortes chuvas que provocaram uma série de quedas de árvores na cidade. Desde então, Dourados segue sem qualquer regulamentação do gênero.
