Secretária de Administração acumula funções depois de baixa na Educação

Audrey Milan pediu exoneração do cargo após rumores de que vereador havia sido convidado para assumir a secretaria que ela comandava

Audrey (à esquerda) deixou a Secretaria de Educação, que passa a ser comandada interinamente por Denize (ao ce... (Foto: André Bento)
Audrey (à esquerda) deixou a Secretaria de Educação, que passa a ser comandada interinamente por Denize (ao ce... (Foto: André Bento)

Uma nova baixa no primeiro escalão do secretariado municipal fez com que a secretária de Administração, Denize Portolann de Moura Martins, acumulasse funções na Prefeitura de Dourados. Nesta quinta-feira (16), ela foi delegada para responder interinamente pela Secretaria Municipal de Educação após a exoneração de Audrey da Silva Milan Conti, que pediu para sair.

Essas ações administrativas foram comunicadas pela prefeita Délia Razuk (PR) na edição de hoje do Diário Oficial do Município. O Decreto “P” nº 121, de 16 de março de 2017 informou a saída de Audrey da Silva Milan Conti, por iniciativa própria, do cargo de provimento em comissão de “Secretário Municipal”, símbolo DGA- 01, lotada na Secretaria Municipal de Educação.

Sócia-proprietária de uma escola particular de ensino fundamental em Dourados, Audrey da Silva Milan Conti, de 47 anos, foi uma das primeiras secretárias anunciadas por Délia, dias antes de tomar posse como prefeita.

Nos bastidores do poder, correm rumores de que ela pediu para deixar o cargo depois que o vereador Idenor Machado (PSDB) declarou ter recebido um pré-convite para assumir a Secretaria Municipal de Educação. Contudo, a bancada independente na Câmara e o próprio PSDB declararam não concordar com a nomeação do parlamentar para essa pasta.

Diante da saída de Audrey, a prefeita Délia Razuk promoveu, através do Decreto “P” nº 122 de 16 de março de 2017, também publicado na edição de hoje do Diário Oficial do Município, a nomeação da servidora Denize Portolann de Moura Martins, que já atua na condição de titular da Secretaria Municipal de Administração, para responder interinamente pela Secretaria Municipal de Educação.

Denize Portolann de Moura, de 50 anos, foi candidata a vereadora pelo PR, mesmo partido da prefeita, nas eleições de 2016. Com 1.331 votos, ficou na suplência. Professora e ex-diretora de uma escola municipal, terá na Secretaria Municipal de Educação a segunda maior fatia dos R$ 880 milhões de orçamento do Executivo para este ano. Além de R$ 92.594.702,00, outros R$ 112.317.250,00 do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) são direcionados para esse setor.

Desde que assumiu a Prefeitura de Dourados, no dia 1º de janeiro de 2017, a prefeita Délia Razuk já havia sofrido baixas no primeiro escalão de seu governo. Albino Mendes, ex-vereador que preside o PR no município, deixou a Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados) no dia 3 de fevereiro, segundo ele, para evitar problemas com nepotismo, já que seu filho, o médico Everton Basilio Pacco Mendes, viria a ser nomeado no dia 2 de fevereiro para ocupar Emprego de confiança exercendo a função de Diretor Técnico – UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Mendes chegou a ser nomeado “Assessor Especial II”, símbolo DGA- 02, lotado no gabinete da prefeita, mas pediu exoneração no dia 23 de fevereiro após recomendação expedida pelo MPE-MS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul), que identificou violação do princípio da moralidade administrativa, “na medida em que restou clara a tentativa dos envolvidos de ludibriar, principalmente a sociedade, dando ares de legalidade à manutenção de pai e filho em cargos de confiança vinculados, ainda que indiretamente, ao Gabinete da Chefe do Poder Executivo”.

Na terça-feira (14), mais uma vez o MPE recomendou exonerações no secretariado municipal de Dourados, ao avaliar que o secretário municipal de Governo, Raufi Antonio Jaccoud Marques, estaria impedido de ocupar o cargo por ter sido condenado por improbidade administrativa em processo de quando era secretário de Estado de Coordenação-Geral de Governo de Mato Grosso do Sul, à época governado por José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT.

Raufi chegou a declarar à 94FM que mesmo não concordando com a recomendação, a qual classificou inadequada por ter plenas condições de ser inocentado em algum recurso ainda no TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), iria pedir exoneração para não desgastar o governo de Délia Razuk. No entanto, ainda não consta qualquer publicação oficial que informe sua saída do cargo.

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