Reitoria da UFGD é ocupada em protesto de estudantes contra propostas de Temer
Movimento critica possível fechamento de curso e medidas governamentais do atual presidente da República
Estudantes da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) ocuparam, na manhã desta sexta-feira (21), o prédio da Reitoria da instituição. O ato local, em protesto contra reformas proposta pelo presidente da República Michel Temer (PMDB), integra uma mobilização de caráter nacional que já resultou na ocupação de mais de 800 escolas somente no Paraná, berço do movimento.
No caso de Dourados, acadêmicos do curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEDUC) organizaram um movimento de resistência.
Eles criticam “as respostas dadas pela reitoria da UFGD” sobre o Vestibular 2016 do curso, “que até o momento não teve nenhuma divulgação de datas ou confirmação de realização”, e sobre a “permanência do curso de Licenciatura em Educação do Campo FAIND/UFGD a partir do ano de 2017”.
“Solicitamos que as datas [do vestibular] venham a ser marcadas, oficializadas e divulgadas de imediato, para que a prova, correção e ingresso dos alunos aconteçam ainda nesse ano de 2016”, informaram os acadêmicos em nota, por meio da qual também disseram ter solicitado “compromisso da reitoria para que seja garantido a verba necessária para a realização do curso a partir do ano de 2017, já que até então as responsabilidades desse curso foram assumidas (e cumpridas) pelo PROCAMPO com recursos liberados através da SECADI, e conforme edital de fundação do curso, a partir deste ano passa a ser de responsabilidade da UFGD”.
Ainda nessa nota, assinada pelo Centro Acadêmico da Licenciatura em Educação do Campo (C.A. LEDUC), Movimento Estudantil UFGD e Movimentos Sociais ligados a LEDUC, o grupo que ocupou a reitoria diz ter solicitado “por parte da reitoria UFGD frente ao curso de Licenciatura em Educação do Campo compromisso e garantia da realização das 4 etapas do tempo universidade ao ano sendo incluído alojamento, alimentação, transporte e todas as outras necessidades e os 4 encontros de tempo comunidade ao ano, incluindo diárias dos professores e locação de veículos para locomoção dos mesmo até os pólos (local de encontros dos dicentes para realização das aulas de tempo comunidade) a serem realizados os tempos comunidades a partir do ano de 2017”.
Em vídeo divulgado numa página que mantém no Facebook, o grupo reforça ainda que o movimento encampado nesta sexta-feira é também em protesto contra a PEC 241, Proposta de Emenda Constitucional encaminhada ao Congresso pelo presidente Michel Temer e que prevê a limitação dos investimentos governamentais em setores como saúde e educação pelos próximos 20 anos. A reforma do Ensino Médio, outra medida do mandatário por meio da Medida Provisória 746, é mais uma fonte de descontentamento alegada pelos manifestantes da UFGD.
No Paraná, onde as ocupações escolares feitas por estudantes tiveram início neste mês, os manifestantes apontam mais de 800 unidades educacionais tomadas em protesto.