Radares que Alan deixará sem uso custaram R$ 400 mil aos cofres públicos
Prefeitura de Dourados omite que dinheiro usado na compra dos equipamentos saiu do bolso de contribuintes em todo o território sul-mato-grossense, inclusive douradenses
Os radares e lombadas eletrônicas que o prefeito de Dourados, Alan Guedes (PP), decidiu não ativar a pouco mais de um ano das eleições municipais de 2024 custaram ao menos R$ 400 mil aos cofres públicos.
Esse foi o montante que o Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) informou ter investido “na aquisição de 79 equipamentos de fiscalização eletrônica de velocidade distribuídos nas principais vias da cidade”.
Ainda em janeiro deste ano, o órgão estadual divulgou que esse investimento era parte de um convênio com valor de R$ 8,6 milhões celebrado com a prefeitura para melhoria da mobilidade urbana no município, o que também incluiu a modernização das agências com reformas.
Em maio, a administração municipal divulgou que desde o início dos trabalhos para o controle de velocidade, com a instalação dos radares e lombadas eletrônicas, o número de acidentes com vítimas fatais em Dourados diminuiu. “Em abril, por exemplo, foram registrados 195 acidentes, desses, seis vítimas fatais, já em maio foram 172 acidentes e três vítimas fatais”, detalhou à ocasião.
Já no dia 7 de julho, durante evento na 4ª subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o prefeito Alan Guedes citou um valor ainda mais alto em investimentos na tentativa de reduzir o crescente número de vítimas de acidentes de trânsito na maior e mais populosa cidade do interior de Mato Grosso do Sul.
“Nossa cidade recebeu um investimento de mais de 6 milhões de reais em aparelhos, equipamentos e sinalização. Mas para que tudo isso tenha efeito e cumpra o seu papel de reduzir os acidentes e evitar mortes, é necessário que cada um de nós cumpramos o seu papel”, afirmou. “Nos últimos dias muito se tem falado sobre as alterações no trânsito, mas é importante falar que o que multa não são os aparelhos, mas o nosso comportamento no trânsito. Essas medidas nos lembram a importância de respeitar as leis de trânsito, instituídas para salvar vidas”, acrescentou.
No entanto, nesta segunda-feira (31) o mandatário anunciou ter desistido de ativar os equipamentos e a prefeitura divulgou no site institucional que essa medida “não traz prejuízo financeiro aos cofres do município”. “As despesas referentes à instalação dos equipamentos são de responsabilidade do órgão estadual junto à empresa contratada para o serviço”, pontuou.
O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul detalha no portal da transparência que arrecadou neste ano, até agora, R$ 234.852.302,69, montante constituído de impostos, taxas e tarifas que oneram contribuintes em todo o território sul-mato-grossense, inclusive douradenses. Já a Prefeitura de Dourados não detalha as receitas obtidas pela Agetran (Agência Municipal de Transportes e Trânsito).