Quadrilha que vendia "vagas" no curso de medicina da UFGD é pega pela polícia

As vagas eram comercializada por R$50 mil

Uma golpista e duas supostas vítimas estão detidas na delegacia do 1º Distrito Policial, depois da venda e compra de supostas vagas para o curso de medicina da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). A Polícia Militar de Dourados desmantelou uma quadrilha do Rio de Janeiro que aplicava o golpe.

A PM chegou até os suspeitos depois de uma denúncia de um estudante que teria comprado a vaga e percebido o golpe. Segundo informações da polícia cerca de 6 pessoas teriam pago metade do cobrado, no valor de R$ 25 mil.

Todos que pagaram são do Rio de Janeiro e buscavam a entrada no curso de Dourados. Havia ainda pessoas do nordeste negociando com a quadrilha. No total eles pediam 50 mil reais pela vaga.

O tenente Teodoro Caramalac Neto esclareceu ainda que a UFGD não está envolvida.

Como agiam

A quadrilha encaminhava aos estudantes documentos falsos de fichas e cartões para matrícula. Como a entrada na universidade começou a demorar, uma das compradoras resolveu buscar informações sobre o grupo. Na tarde de ontem (15), segundo o tenente, essa estudante entrou em contato com uma mulher que vendia as vagas e temia que ela desaparecesse de Dourados com todo o dinheiro. Isso motivou a denúncia, ocasionando na prisão de três envolvidos.

Dois seis alunos que compraram vagas e estão em Dourados, somente dois foram detidos. Os demais estão sendo procurados pela polícia. Há suspeita de que mais pessoas também compraram as falsas vagas. Da quadrilha, somente uma mulher está presa.

Universidade

Em nota a UFGD informa que o ingresso a qualquer curso da UFGD se dá, primeiramente, por meio de modalidades de ingresso regulares, sendo elas o Processo Seletivo Vestibular e, a partir deste ano, também o ENEM/SISU.

No que tange às vagas denominadas ociosas, que se tornam remanescentes ao longo do ano letivo dentro dos cursos, a UFGD esclarece que, quando existem, são devidamente preenchidas por meio de edital público, no qual são definidos os critérios utilizados para a seleção de acordo com a legislação vigente. Cabe informar, que desde 2007, não existem vagas ociosas no curso de Medicina da UFGD. A instituição alerta para as práticas da oferta, negociação e venda de vagas, pois tratam-se de ações criminosas.

O Conselho Universitário, órgão colegiado máximo da instituição, definiu em resolução que a ocupação das vagas ociosas ocorre por edital, como citado, e obedece a seguinte ordem:

Edital de Portador de Diploma para Complementação de Grau ou Habilitação (quando o estudante completa a licenciatura, por exemplo, e ingressa como portador de diploma no bacharelado, do mesmo curso);

Edital de Transferência Voluntária (quando o aluno, de qualquer instituição brasileira de ensino superior se transfere para vaga existente em outra instituição, do mesmo curso ou curso de áreas afins);

Edital de Portador de Diploma (quando o aluno já é graduado e, por meio do diploma, ingressa em outro curso da instituição).