‘Pronta’ há dois anos, UPA de Dourados segue desativada e prejuízo passa de R$ 6 milhões

A Saúde Pública de Dourados já deixou de receber mais de R$ 6,2 milhões do governo federal por causa do atraso na entrega da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 Horas. Esse valor corresponde à soma dos R$ 250 mil que a União teria repassado por mês para custeio da unidade caso a inauguração tivesse ocorrido no prazo previsto, em dezembro de 2011.

O montante poderia ser ainda maior, uma vez que o Ministério da Saúde estabelece que as atividades da UPA devem ser financiadas também pelos governos Estadual e municipal. “Pronta” há dois anos, quando a Prefeitura de Dourados recebeu a obra, a unidade poderia atender até 450 pacientes por dia. Ao menos 20 leitos estariam disponíveis à população, além de seis médicos – entre pediatras e clínicos gerais -, também de acordo com o ministério.

Diante do cenário de abandono da obra, já classificada por parte da população local como um “elefante branco”, até mesmo aliados do atual prefeito acusam falta de “agilidade na gestão administrativa para que a UPA possa entrar em funcionamento”. Orçada inicialmente em R$ 2,6 milhões, a construção dessa unidade ficou mais cara devido aos atrasos e beira os R$ 3 milhões atualmente. Do montante inicial, R$ 1,6 milhão foi pago pela União à prefeitura em fevereiro de 2011.

Embora tenha recebido os recursos, a prefeitura não fiscalizou a execução dos serviços. Isso foi reconhecido pelo próprio secretário municipal de Saúde, Sebastião Nogueira, em recente entrevista à imprensa local. À ocasião, o secretário alegou não ter condições de por em funcionamento a UPA por ter constatado falhas estruturais no prédio prestes a recebê-lo oficialmente da construtora.