Profissionais da enfermagem protestam hoje por melhores condições de trabalho

Às 18h grupo se reúne na Praça Antônio João, em seguida marcham até a Câmara Municipal

  • Alexandre Duarte

Os profissionais da área de enfermagem realizam hoje às 18h, na Praça Antônio João em Dourados, um manifesto em prol de melhores salários e condições de trabalho menos desgastantes. Em seguinda, os manifestantes seguirão em marcha até a Câmara Municipal.

Segundo o técnico em enfermagem Lindomar Freitas, em face dos baixos salários os profissionais da área precisam ter dois ou três empregos. “Hoje temos enfermeiros ganhando de 1100 a 1500 reais e técnicos de 700 a 1000, o que é pouco, então todos precisam ter dois a três empregos para ter uma renda suficiente para custear as despesas da família”, reclamou.

Freitas disse também que outra antiga luta da classe é a homologação da carga horária de 30h semanais, projeto que já chegou a ser discutido no congresso nacional, mas foi tirado de pauta. Contudo, o técnico em enfermagem ressalta que em vários municípios do país, a carga horária reduzida já foi instituída, como é o caso de Campo Grande.

Ainda segundo Freitas, um dos maiores problemas do Brasil é criar leis apenas quando alguém famoso se machuca ou morre. Outro problema, segundo ele, é a ênfase dada pela mídia quando algum profissional da área comete errox durante o trabalho. “Quando noticiam algum erro da enfermagem, nunca avaliam quais eram as condições de trabalho. Em muitos casos o profissional já estava cansado, cumprindo jornada dupla ou tripla e o erro pode ter sido involuntário. Por isso é tão importante salários melhores e uma carga horária mais flexível. O pessoal só trabalha em dois ou três lugares, pois trabalhando em apenas um não consegue pagar as contas”, complementou.

Outra justificativa da classe é que uma carga horária menor e melhores salários, propiciariam aos profissionais condições para se reciclar, aprimorar. Freitas conta que devido a baixa remuneração e péssimas condições de trabalho, muitos estão deixando a profissão, já os que permanecem estão insatisfeitos, alguns inclusive doentes em virtude da sobrecarga excessiva.