Professor da UFGD publica livro sobre história do tereré como patrimônio de MS
O tereré e a erva-mate são temas recorrentes na história, música, contos, poesia, lendas ou pinturas no Mato Grosso do Sul. Dão nomes a estabelecimentos comerciais, marcas de produtos diversos, festas, comemorações, revistas, jornais ou boletins. A bebida, que está presente nas casas, locais de trabalho, escolas, universidades, praças e ruas, é preparada com a erva-mate para tereré, também é tema de livros, e o professor de História da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Carlos Barros Gonçalves, acaba de lançar um abordando a história do consumo e usos culturais do tereré no MS e regiões vizinhas.
Intitulado “Tereré: patrimônio cultural de Mato Grosso do Sul”, o livro serve o tereré como um dos modos pelo qual uma possível identidade sul-mato-grossense ganha materialidade, solidez, e o reconhecimento da bebida como um patrimônio cultural do estado reforçou e institucionalizou essa possibilidade, esse poder. É por essa razão que o autor aponta a presença da bebida como parte da história e do viver dos moradores do MS. “Dessa forma, além de comentar as ações para o registro do tereré como bem imaterial do estado apresento como a bebida é entendida e consumida no cotidiano da diversificada população sul-mato-grossense”, explica Carlos.
O livro está estruturado em 3 capítulos. O primeiro, conta um pouco sobre as antigas origens para o que hoje é chamado de tereré; o segundo, trata sobre a história da erva-mate e sua importância histórica para o estado de MS; o terceiro, apresenta como se deu o processo de registro da bebida como um patrimônio estadual e, sobretudo, como o tereré se constitui num importante elemento diferenciador, marcador de uma identidade, um jeito de ser sul-mato-grossense.
A obra é fruto de uma pesquisa que teve início em 2011, apresentada como monografia a um curso de especialização em patrimônio cultural. O investimento nessa temática de pesquisa teve origem no círculo familiar do autor, pois, tal como muitos sul-mato-grossenses, é filho de pai paraguaio e mãe brasileira. O tereré, a chipa, a sopa paraguaia, a polca, o chamamé, o locro, o bori-bori, a Língua Guarani e a torcida pela seleção paraguaia de futebol foram elementos presentes na infância, nas amizades, na formação intelectual do escritor.
Financiado pelo Fundo de Investimentos Culturais do Estado (FIC/MS), “Tereré: patrimônio cultural de Mato Grosso do Sul” está disponível para download na página da editora Kariwa e pode ser acessado pelo link: https://editorakarywa.wordpress.com/2023/03/16/terere-patrimonio-cultural-de-mato-grosso-do-sul/ . A versão impressa está sendo distribuída gratuitamente para escolas, instituições de pesquisa, de cultura, bem como para estudiosos do assunto. Mais informações também podem ser obtidas no perfil @projeto_terere_ms , no Instagram, que registra as ações que resultaram na publicação da obra.