Presidente do Conselho afirma que município deveria administrar hospitais públicos (veja vídeo)
Atualmente Hospital Universitário e Hospital da Vida são administrados por UFGD e Hospital Evangélico respectivamente
Em entrevista exclusiva à 94FM, a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Berenice de Oliveira Machado, afirmou que a solução para o caos da saúde pública do município é fazer com que a gestão do Hospital da Vida e Universitário volte a ser da prefeitura. Atualmente o HV é gerido pelo Evangélico e o HU pela UFGD (Universidade Estadual da Grande Dourados).
Segundo Berenice, ao contrário do que afirmam os hospitais públicos, o problema não é falta de recursos. Ela comunga da mesma opinião do secretário de saúde, Sebastião Nogueira, de que a origem do caos está na gestão. Berenice acredita que os hospitais propositalmente provocam vários problemas no atendimento, com o intuito de gerar comoção social e fazer com que a prefeitura aumente os repasses.
“Além de melhorar a situação da saúde, reduzir o número de pacientes nos corretores, uma gestão municipal também reduziria a despesa e sobraria mais recursos para investir. Somente para o Hospital Evangélico, que administra o Hospital da Vida, é pago R$ 3,8 milhões todos os anos apenas pela administração. E tem mais, para estimular o hospital a gerenciar bem os recursos, são pagos mais R$ 4,7 milhões de incentivo de gestão”, complementou.
Outra questão apontada por Berenice é que as ações da saúde pública em Dourados, deveriam ser mais voltadas à prevenção, o que naturalmente reduziria os custos na parte curativa.
Ainda sobre os hospitais, a presidente rebate uma matéria veiculada no Diário MS no dia 15 de setembro, no qual o HU alega que em muitos casos realiza os atendimentos à população utilizando recursos próprios. “Isso não é verdade, eles não fazem nada de graça, todos os atendimentos que eles fazem à população é pago pela prefeitura”, afirmou.
Berenice disse ainda que o prefeito Murilo Zauith precisa conceder mais autonomia ao secretário de saúde, para que aconteça um verdadeiro choque de gestão na saúde pública.
A redação entrou em contato com a administração dos hospitais acima citados. No caso do HV foi informado que o responsável não se encontrava no local, deixamos recado, mas até o fechamento deste texto não obtivemos retorno.
Já o Hospital Universitário enviou uma nota comentando as declarações da presidente do Conselho de Saúde. Confira:
Na opinião do diretor-geral do Hospital Universitário da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), professor doutor Wedson Desidério Fernandes, as declarações da presidente do Conselho Municipal de Saúde são preocupantes tendo em vista que o HU/UFGD é a principal instituição servidora do SUS em toda a macrorregião, sendo referência para diversos serviços como ginecologia e obstetrícia, pediatria, neonatologia e que dispõe ainda de 50 leitos críticos de UTI. O diretor ressalta que o HU é da UFGD e que, por decisão do Conselho Universitário da universidade, passará a ser gerido por uma empresa pública estatal que vem para solucionar problemas crônicos enfrentados em todo o país.
“Justamente agora que temos condições de reorganizar toda a estrutura da instituição, a senhora presidente do Conselho de Saúde faz uma declaração completamente fora de propósito”, diz o diretor. “O Conselho sempre foi um parceiro na discussão e desenvolvimento de uma saúde de qualidade em nossa região, e esperamos que continue sendo”, complementou.
Wedson Desidério rebateu as declarações da presidente e novamente destacou uma série de serviços que estão sendo prestados pelo HU/UFGD sem financiamento do município. Entre eles, sete leitos de HIV/Aids, gestação de alto risco, PAP (Pronto Atendimento Pediátrico) e PAC (Pronto Atendimento Clínico). Por mais de dois anos, o HU/UFGD também atuou com 30 leitos de UTI sem financiamento, contando apenas com recursos oriundos do MEC (Ministério da Educação).
Veja vídeo: