Presidente da Funsaud pede para sair
Fundação que administra UPA e Hospital da Vida tem orçamento de R$ 52 milhões este ano, mas vive estado de emergência financeira por dever R$ 21 milhões

Três meses após decretar estado de emergência financeira e administrativa na Funsaud (Fundação dos Serviços de Saúde de Dourados) por dívidas superiores a R$ 21 milhões, o diretor-presidente da Fundação criada em 2014 para gerir a UPA 24 Horas (Unidade de Pronto Atendimento) e o Hospital da Vida, Américo Monteiro Salgado Junior, pediu para deixar o cargo.
Nesta quarta-feira (28), por meio do Decreto nº 833 de 27 de fevereiro de 2018, a Prefeitura de Dourados comunicou a exoneração do servidor comissionado, que havia sido nomeado no dia 30 de agosto de 2017 com remuneração bruta de R$ 12,5 mil.
"Fica exonerado, a pedido, o senhor Américo Monteiro Salgado Junior, do cargo de Diretor Presidente da Fundação de Serviços de Saúde de Dourados - FUNSAUD, símbolo DEC 01, a partir de 27 de fevereiro de 2018", consta na publicação assinada pela prefeita Délia Razuk (PR) e pela procuradora-geral do Município, Lourdes Peres Benaduce.
Nesta mesma edição do Diário Oficial do Município, o Decreto nº 834 de 27 de fevereiro de 2018 comunica a nomeação de Luiz Carlos Fernandes de Mattos Filho para assumir interinamente o cargo de Diretor Presidente da Fundação de Serviço de Saúde Dourados, símbolo DEC 01, a partir de 27 de fevereiro de 2018.
De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura de Dourados, somente neste ano já foram empenhados (valor reservado pelo município para efetuar um pagamento planejado) R$ 52.800.000,00 para a Funsaud. Deste total, R$ 8.808.000,00 constam como liquidados e R$ 8.558.000,00 pagos. "O empenho ocorre, por exemplo, após a assinatura de um contrato para prestação de serviço. Neste caso, quando o serviço for executado, o valor é liquidado e, quando o fornecedor de fato receber o valor, ele é considerado valor pago", informa o Portal da Licitação.
Quando decretou o estado de emergência financeira e administrativa, por meio da Portaria 159 de 17 de novembro de 2017, publicada naquela data no Diário Oficial do Município, Américo Monteiro Salgado Junior alegou que a Fundação acumulava uma dívida de R$ 21.425.755,51, fruto de déficits com insumos e serviços hospitalares (R$ 17.929.707,42 a pagar) e impostos retidos (R$ 3.496.048,09).
Válido pelo prazo de 180 dias - ainda em vigor -, o estado de emergência deixou "suspensos os contratos e pagamentos de obrigações firmados pela FUNDAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE DOURADOS - FUNSAUD nos exercícios anteriores até a presente data (01/11/2017), até que sejam feitas as análises pelos setores competentes, (compras/licitações/controle interno, assessoria jurídica e contábil da instituição), com vistas a verificar o efetivo cumprimento dos objetos".