Presidente da Câmara não vai me pagar, denuncia vereador que prometeu doar salário para creches

Joédi Guimarães assumiu no lugar de Délia Razuk no dia 6 de outubro (André Bento)
Joédi Guimarães assumiu no lugar de Délia Razuk no dia 6 de outubro (André Bento)

A Câmara de Dourados passa por mais uma situação embaraçosa. Dessa vez o presidente da Casa de Leis, vereador Idenor Machado (DEM), decidiu que não vai pagar o salário devido ao suplente Joédi Guimarães (PRP), que assumiu uma vaga no Legislativo durante o afastamento de 40 dias requerido pela parlamentar Délia Razuk (PMDB).

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Desde o período de campanha Joédi já prometia doar o salário de vereador. Ele é procurador da Fazenda Nacional e sempre garantiu que caso ocupasse uma das cadeiras na Câmara Municipal, optaria apenas pelo salário no órgão federal. Com isso, havia definido inclusive duas instituições voltadas ao trabalho de assistência a crianças carentes para receberem seu ordenado como parlamentar do município.

Mas no início da noite desta quarta-feira (22) Joédi utilizou o perfil numa rede social para desabafar sobre a decisão que considera “inusitada”do presidente da Câmara. “Para impedir que eu doe o salário de vereador (que nem sei ainda quanto é) para a Creche André Luiz e a Casa da Criançaa Feliz, dois projetos fantásticos que incentivam a educação de crianças carentes, o Presidente da Câmara de Dourados encontrou uma solução inusitada: NÃO VAI ME PAGAR O SALÁRIO! Pode isso, Arnaldo?”.

Diante de uma série de críticas à postura de Idenor Machado feitas por amigos que mantém na rede social, Joédi explicou que a Procuradoria Jurídica da Câmara “arrumou uma motivação fajuta” para que seu pagamento não fosse efetuado. “O parecer diz que como Procurador da Fazenda Nacional eu não posso exercer outra função potencialmente causadora de conflito de interesses e que, podendo inscrever em dívida e executar o Município de Dourados haveria o tal conflito. A solução encontrada foi me negar o salário, mesmo eu estando nas duas funções”.

Joédi pontuou que deverá acionar o Judiciário para resolver a situação. 

Procurado para comentar o caso, o vereador Idenor Machado disse à reportagem da 94 FM que teme efetuar um pagamento evetualmente irregular e depois ser responsabilizado. Argumentou que existe uma dúvida jurídica e que caso Joédi apresente parecer favorável, irá efetuar o pagamento sem problemas.

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