Prefeitura surpreende camelôs da rodoviária com intimação de despejo
Notificação da prefeitura concede cinco dias de prazo recursal e outros 30 para comerciantes deixarem o local
Cerca de 40 comerciantes que trabalham no camelódromo da rodoviária, receberam uma notificação de despejo na manhã desta sexta-feira (14). A prefeitura determinou um prazo de cinco dias para os intimados entrarem com recurso e outros 30 dias para deixarem o local. A notificação foi assinada por um fiscal de postura da Secretaria de Serviços Urbanos.
A comerciante Débora Zanovela, contou à reportagem da 94FM que o camelódromo funcionária no local há 24 anos. “Antes funcionava na praça Antônio João, mas no primeiro mandato do Braz Melo fomos mandados para cá. Eu comecei trabalhando aqui com 12 anos, como funcionária, depois de uns anos trabalhando muito eu consegui juntar dinheiro e montar meu próprio negócio. Eu gastei, eu investi, todo mundo fez benfeitorias aqui e agora querem tirar a gente daqui sem apresentar uma alternativa”, reclamou.
Outra comerciante insatisfeita com a medida é Cleidiene Serafim. Segundo ela, o camelódromo está ilegal por culpa da prefeitura, que nunca se manifestou para legalizar o local. “Nós temos consciência que todos devem pagar impostos, mas é a prefeitura que deve tomar a iniciativa, nunca fomos procurados por ninguém”, complementou.
A jovem Andreza Miranda também é uma das prejudicas com a determinação. Ela contou que a família sobrevive do comércio e não possui outra fonte de renda. “Eu tiro tudo daqui, pago minha faculdade de direito com o que ganho aqui, os livros, o transporte. O sustento da minha família sai todo do comércio”, disse.
Reunião
Os comerciantes informam à redação que na próxima segunda-feira (17), às 15h, haverá uma reunião na prefeitura com o prefeito Murilo Zauith. O objetivo do grupo é buscar uma alternativa para o problema. A princípio os camelôs preferem permanecer na área, mas caso tenham mesmo que deixar a rodoviária, eles pedem que a prefeitura primeiramente construa um novo local, em uma boa localização, para então, realocar os comerciantes.
Ministério Público
A intimação da prefeitura teve origem em uma notificação do Ministério Público Estadual, que no último dia 09 de abril, solicitou à administração municipal um posicionamento quanto a situação jurídico-urbanística dos comerciantes que ocupam a área.
Vale lembrar que não foi o Ministério Púbico que determinou o despejo, e sim a prefeitura de Dourados.