Prefeitura submete professores a condições degradantes para contratação
Os profissionais responsáveis pela educação básica em Dourados são tratados com descaso pela administração municipal. Para serem contratados a tempo de receber o salário antes de abril, professores convocados precisam entregar até esta sexta-feira (24) toda a documentação necessária, o que inclui o exame médico, o grande problema enfrentado por esses educadores nos últimos dias.
Nesta quinta-feira (23) dezenas desses professores temporários foram obrigadas a madrugar no Centro Homeopático, único local onde o exame médico admissional é feito gratuitamente para os servidores públicos. Conforme professoras ouvidas pela reportagem da 94 FM, o problema ocorre porque somente um único médico atende toda a demanda.
Uma dessas educadoras - que preferiu não se identificar por temer represálias - informou ter chegado ao local às 6h20. “Já tinha gente na fila, umas quase cinquenta pessoas”, comenta. Mesmo madrugando no local, às 12h ela não tinha sequer previsão de horário para ser atendida.
“É um descaso com os convocados. A gente já não tem direito a nada”, desabafou outra professora, descontente com a falta de planejamento da prefeitura para atender o elevado número de educadores convocados. Segundo essa educadora, quem não conseguir levar o exame até sexta-feira só começará a receber salários a partir de abril.
Relatos obtidos pela 94 FM dão conta de que algumas professoras chegaram ao Centro Homeopático às 4h. Às 12h, formou-se rapidamente novo aglomerado de educadoras, todas à espera do médico que, conforme disseram, só começaria a atender às 14h.
Além da demora no atendimento, outra queixa das professoras foi referente à falta de estrutura do local para atender tanta gente. “Não tem copo para a gente tomar água, quem quiser beber tem que trazer de casa. E pior, nem papel higiênico tem no banheiro”, criticou uma das professoras que a partir do início do ano letivo terá a responsabilidade de educar centenas de jovens douradenses.
O descaso da prefeitura com quem garante a base educacional do município revoltou várias educadoras. Mas elas se submetem a tamanha falta de respeito por necessidade, conforme argumentam. Lembram que os convocados só foram informados sobre a convocação para aulas temporárias nesse ano letivo numa publicação no Diário Oficial do Município datada do dia 14 deste mês.