Prefeitura processa vereador aliado para receber R$ 900 mil de danos ao município

Ações judiciais tiveram despachos proferidos recentemente e condenações determinam pagamento imediato das dívidas

Vereador da base aliada da prefeita foi processado pelo município e condenado a pagar dívidas (Foto: André Bento/Arquivo)
Vereador da base aliada da prefeita foi processado pelo município e condenado a pagar dívidas (Foto: André Bento/Arquivo)

A Prefeitura de Dourados ingressou com duas ações judiciais para receber quase R$ 900 mil de um vereador que integra a base aliada da prefeita Délia Razuk (PR). O valor corresponde à soma dos processos, ambos referentes a execução de títulos extrajudiciais por danos ao erário que teriam sido causados pelo parlamentar quando ele governou o município, na década de 1990.

Distribuídos por sorteio à 6ª Vara Cível da comarca, os processos tiveram decisões proferidas recentemente, entre 29 de agosto e 2 de outubro, pelo juiz José Domingues Filho e pela juíza Dileta Terezinha Souza Thomaz, com determinações para que o réu pague as dívidas, que totalizam R$ 898.608,35 com atualização e correção monetária.   

EX-PREFEITO

O condenado é Antônio Braz Genelhu Melo (PSC). Prefeito de Dourados em duas ocasiões, de 1989 a 1992 e de 1997 a 2000, ele foi eleito vereador no dia 2 de outubro de 2016 com 2.107 votos. Embora tenha disputado a presidência da Câmara como candidato governista, não escapou da cobrança judicial feita pelo procurador do município, Ilo Rodrigo de Farias Machado.

Vereador Braz Melo foi prefeito de Dourados em duas ocasiões, de 1989 a 1992 e de 1997 a 2000 (Foto: Reprodução/Facebook)
Vereador Braz Melo foi prefeito de Dourados em duas ocasiões, de 1989 a 1992 e de 1997 a 2000 (Foto: Reprodução/Facebook)
Na ação 0807919-98.2017.8.12.0002, a justiça determinou que Braz Melo pague em três dias uma dívida de R$ 372.493,78. Esse é o valor atualizado de condenação sofrida no TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) em sessão de julgamento do dia 19 de junho de 2007, à época orçada em R$ 91.498,36.

Trata-se da punição aplicada pelos conselheiros da 2ª Câmara do TCE-MS por declararem ilegal e irregular um procedimento licitatório firmado em 1998 pelo então prefeito. Não há detalhes sobre o contrato em questão.

LICITAÇÃO IRREGULAR

Já no processo 0807796-03.2017.8.12.0002, a dívida de Braz Melo com o município chega a R$ 526.114,57, conforme petição feita pelo município e acatada pela Justiça. Antes de sofrer atualização e correção monetária, o montante não passava de R$ 113.725,36.

Nesse caso, o TCE-MS decidiu em dezembro de 2016 "declarar ilegal e irregular a Carta Convite número 085/1999 e os Empenhos nº 2181/99 e 2366/99, relacionados a contratação firmada entre o Município de Dourados e Sigma Construções Ltda., face as irregularidades detectadas no procedimento licitatório e no instrumento contratual, que constituem infringência aos dispositivos da Lei Federal nº 8666/93, conforme mencionados na análise técnica, bem como ilegal e irregular a sua execução, tudo nos termos dos incisos I e II do artigo 13, combinado com a alínea 'b' do inciso II do artigo 14, ambos da Resolução Normativa TC/MS nº 035/2000".   

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