Prefeitura não pagou rescisão do contrato, denunciam ex-funcionárias do HU
Valores referentes às férias relativas a um ano e meio e 13º proporcional não têm sequer data para serem depositados
Um grupo de ex-funcionárias contratadas pela Fundação Municipal de Saúde e Administração Hospitalar para atuar no HU (Hospital Universitário) de Dourados denuncia o não pagamento da rescisão contratual. Os valores referentes às férias relativas a um ano e meio e o 13º proporcional ainda não foram depositados pela administração municipal, mesmo após quase dois meses desde o fim do contrato. A prefeitura informou que essa é uma responsabilidade do próprio HU.
As queixas contra a administração municipal partem de diversos trabalhadores da saúde que atuavam no HU. Técnicas de enfermagem que trabalharam no hospital até o dia 30 de junho informam que os salários daquele mês foram pagos no quinto dia útil de julho. Mas os valores da rescisão do contrato não têm nem ao menos data prevista para serem pagos.
“Saímos sem nada. A gente ia sair dia 20 de junho para receber no começo de julho, mas ficamos até o dia 30 porque pediram para gente ficar. Disseram que nosso pagamento sairia em julho, mas até agora nada”, desabafa uma técnica de enfermagem que trabalha há mais de 10 anos no município.
Para piorar, essas trabalhadoras da saúde criticam o que classificam como descaso da prefeitura. “Ninguém dá satisfação nenhuma. Ligamos lá no RH [Recursos Humanos do hospital] e falam que a prefeitura não fez o repasse, que não tem nem previsão”, comenta outra trabalhadora. “O dinheiro dos servidores efetivos já saiu. Só os contratados que estavam no HU que estão sem receber”.
Também em condição de anonimato, outra trabalhadora da saúde desabafa: “a Fundação Municipal [de Saúde e Administração Hospitalar] está de sacanagem. Temos um ano e meio sem férias, devido à renovação do contrato por duas vezes e não recebemos nossa rescisão do contrato”.
Outro relato das ex-funcionárias do HU indica a administração municipal já adiantou a disponibilização do holerite on-line, mas deixa de lado o mais importante. “Já tem ate o holerite, mas dinheiro que é bom, nada. Ligamos no RH da prefeitura e ninguém tem uma resposta, mas estou sabendo que os médicos que também eram contratados lá no HU pela mesma fundação já receberam”.
Para uma dessas trabalhadoras, “o prazo para receber a rescisão do contrato já extrapolou”. “Um mês e meio e nada. O holerite na internet já está disponível. No holerite consta o valor da rescisão, mas o dinheiro nada”.
Essas ex-funcionárias do HU estimam que o número de trabalhadores na mesma condição seja superior a 100. O contrato foi finalizado depois que o hospital passou a ser administrado pela EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).
A Prefeitura de Dourados encaminhou a seguinte resposta: "Segundo informação da Secretaria de Saúde, esses pagamentos são responsabilidade do Hospital Universitário pois os funcionários são cedidos da fundação municipal para o Hospital Universitário".
*Matéria editada às 15h10 para acréscimo de informações.
