Prefeitura enxuga expediente nos postos de Saúde Seleta, Santo André e Vila Rosa

Unidades da Estratégia Saúde da Família só vão atender das 7h às 13h a partir desta terça-feira em bairros de Dourados

Posto de Saúde da Vila Rosa é um dos três com redução no horário de atendimento (Foto: Divulgação)
Posto de Saúde da Vila Rosa é um dos três com redução no horário de atendimento (Foto: Divulgação)

A Prefeitura de Dourados enxugou o expediente nos postos de Saúde da Seleta, do Jardim Santo André e da Vila Rosa. Essas ESF (Estratégia Saúde da Família) atenderão somente das 7h às 13h a partir desta terça-feira (22). O motivo alegado pela administração municipal é “impossibilidade de atender as solicitações dos funcionários e incorrer em improbidade administrativa”, por falta de recursos financeiros. 

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Em nota enviada à imprensa no início da noite de ontem, a prefeitura informou que “os servidores dos postos citados não foram contemplados com o incentivo de 33% pago àqueles que integram a Estratégia da Saúde da Família (sic)”. Por essa razão, não foi possível “manter o atendimento normal, inclusive a divisão em dois turnos”. Antes, o expediente encerrava às 17h.

“Os próprios servidores optaram por esse horário, o que daria 30 horas de trabalho semanais, como prevê o PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração) da categoria”, justifica a administração municipal. Em menção ao secretário municipal de Saúde, Renato Vidigal, a prefeitura alega que “vai continuar dialogando com os servidores e, ao mesmo tempo promovendo estudos que possam levar uma solução, sem ultrapassar o índice prudencial da folha de pagamento”.  

SEM GINECOLOGISTA

No dia 8 passado, a reportagem da 94FM já havia revelado que o Posto de Saúde da Seleta, no Jardim Flórida, estava sem especialista em ginecologia. À ocasião, a Secretaria de Saúde alegou que o médico ginecologista que atendia no local foi transferido para o CAM (Centro de Atendimento à Mulher) por falta de profissionais em Dourados, outro problema enfrentado pela administração pública do município.

Revelado pela assistente administrativa Sônia Maria Alencar Vieira Marques, de 50 anos, esse caso motivou questionamento justamente num município administrado por mulher. “A prefeita é mulher, representa nós mulheres, sabe a necessidade de ter ginecologista nos postos”, ponderou.

RECOMENDAÇÕES

Nos dias 15 e 29 de março a Prefeitura de Dourados foi alvo de recomendações expedidas pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) para evitar prejuízos à população decorrentes dos cortes orçamentários determinados pela prefeita Délia Razuk (PR) para não ser penalizada pela Lei de Responsabilidade Fiscal, já que os gastos com folha de pagamento estão acima do limite prudencial, 54% da receita corrente líquida.

Em um desses documentos, promotores de recomendaram que a prefeitura deve exonerar servidores nomeados em cargos de confiança para economizar dinheiro público e evitar a paralisação dos atendimentos prestados pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). O documento assinado pelos promotores Ricardo Rotunno, Eteocles Brito Mendonça Dias Júnior e Luiz Gustavo Camacho Terçariol foi motivado por denúncias feitas pela 94FM na matéria “Samu de Dourados pode paralisar atividades por falta de médicos”.

A outra publicação do MPE, endereçada à prefeita ao secretário municipal de Saúde, recomendou “imediata redução de gastos com cargos em comissão e funções de confiança” que não possuem natureza de essencialidade. O objetivo é salvar a vida de pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) que tiveram dieta especial cortada pela Prefeitura de Dourados sob justificativa de falta de dinheiro nos cofres públicos.


Comentários
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  • Adélia

    Adélia

    Absurdo. Do jeito que vai, se não houver reação da população, vão fechar totalmente os postos de saúde em nome do cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. A prefeita agora vai determinar a hora que a população atendida por esses postos vão adoecer. É ridículo esse argumento pois é óbvio que para os funcionários é muito melhor salários dignos do que reduzir a carga horária. É ridículo e vergonhoso tal argumento.

  • orivaldo ferreira da silva

    orivaldo ferreira da silva

    A medida principal e baixar salários da prefeita e dos vereadores, porque isto é absurdo um vereador trabalhar um dia na semana e receber salário absurdo. agora a população tem que ficar sem atendimento devido irresponsabilidade desses governantes.

  • andressa

    andressa

    Cadê o Vereador Pedro Pepa para intervir por nós que somos moradores da Vila Rosa e sem contar que o posto de saúde fica duas quadras de sua casa mas ele não está nem aí a intervir pela população, pois, nem ele e sua família precisam de atendimento nos postos de saúde pública. Que administração ridícula.

  • Ryan

    Ryan

    Reduzir gastos cortar cargos comissionados e funções de confiança. Acabar com os cabides de emprego que se tornou a prefeitura para não prejudicar a população e o direito dos funcionários.

  • Sandra

    Sandra

    É o caos total instalado em Dourados.E o povo deitado em berço esplêndido.Circo dos horrores.