Prefeito Murilo decepciona e trabalhadores da educação garantem que greve deve continuar
Apesar das inúmeras demandas da categoria, prefeito se resumiu a aprovar apenas o reajuste anual para os concursados
Mais uma vez o prefeito Murilo Zauith fez emanar uma onda de decepção e indignação nos milhares de servidores que compõem o quatro da Secretaria Municipal de Educação. Apesar das inúmeras demandas, como PCC (Plano de Cargos e Carreiras), piso nacional para 20h, entre outros, o executivo conseguiu, com atraso de quase quatro meses, aprovar apenas o reajuste anual, que é obrigatório segundo o artigo 37 da Constituição Federal.
Conforme já foi massivamente divulgado, a data base para a efetivação do reajuste anual é dia 01 de abril, que coincidentemente é também o dia da mentira. No projeto aprovado ontem (21) por unanimidade pelos vereadores, ficou estabelecido que os professores concursados irão receber 8,32% de acréscimo, enquanto o trabalhadores do administrativo da educação ficarão apenas com 6,15%.
Controvérsia
Uma controversa informação no artigo 5º do projeto, diz que os contratados somente irão receber reajuste ao renovarem os contratos. Assim, a maioria dos comissionados verá a cor do aumento apenas no início de 2015.
Para tentar amenizar as vaias e a tensão no plenário, o vereador Madson Valente (que apesar de eleito por milhares, comumente é visto defendendo os interesses de apenas um cidadão, o prefeito), subiu à tribuna e aparentemente desdenhando da inteligência dos presentes, disse que apesar do que está expresso no artigo acima citado, o chefe do executivo irá conceder o reajuste para os contratados nos mesmos moldes ao que será feito com os concursados. Mas a audácia leviana não surtiu efeito e a classe pediu para que a promessa fosse confirmada por escrito na forma de uma emenda ao projeto.
Sem dinheiro?
Como bom e obediente paladino, em dado momento da conturbada sessão, o presidente da casa, vereador Idenor Machado, falando em nome do prefeito, disse em alto e bom som que a prefeitura não possui provisão financeira para conceder reajuste. Em outras palavras, afirmou que apesar do estratosférico aumento do IPTU (Imposto Territorial e Predial Urbano) e a captação de empréstimos milionários, o município de Dourados não tem caixa para cumprir o que manda uma lei que já vigora desde 1988.
Adiamento
A pequena oposição solicitou que o projeto fosse retirado da pauta e votado apenas na próxima semana. Conforme a vereadora Virgínia Magrini, o texto chegou à casa somente na quinta-feira (17), momento no qual o legislativo ainda estava em recesso. Assim, segundo Virgínia, apenas ontem os vereadores tiveram acesso ao documento. A solicitação é embasada no argumento de que não houve tempo hábil para analisar a proposta. Mas como os favoráveis à proposição se resumiram à: Délia Razuk; Nelson Sudário; Aguilera de Souza; Elias Ishy e Virgínia Magrini, o adiamento não foi aprovado.
Teatro
E em uma performance que lembra a de atores canastrões, o vereador Marcelo Mourão, minutos após votar contra o adiamento da votação, volta à tribuna e com sua conhecida bravura ao argumentar, pede de forma esbravejante que o texto seja retirado da pauta. A cena rendeu alguns aplausos dos menos atentos, mas instantes depois todos se deram conta de qual era a real intenção do nobre legislador.