Penitenciária de Dourados vai receber bloqueadores de celular até o fim do ano
Agepen pretende limitar a articulação entre criminosos de dentro e de fora da Phac
A comunicação entre criminosos de dentro e de fora da Phac (Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa), em Dourados, deverá ser dificultada. A 94 FM apurou que bloqueadores de celular serão instalados nessa unidade penal. Ainda não foi definido um prazo específico, mas a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) garantiu que o mecanismo será implantado até o final deste ano.
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Atualmente, o Governo do Estado ainda acerta os últimos detalhes da implantação dos bloqueadores no complexo da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande. Na capital os equipamentos foram instalados no mês passado, mas ainda exigem uma espécie de “calibração” – moradores da região queixam-se de também serem afetados com o corte do sinal de telefonia celular.
PHAC ISOLADA
De acordo com a Agepen, os 2,1 mil presos da Phac serão os próximos a terem dificultada a articulação de crimes além dos muros da unidade penal. Segundo a agência, assim que a situação na capital estiver definida, a penitenciária de Dourados será o alvo dos investimentos que pretendem limitar o raio de ação externa dos condenados que cumprem pena ali.
Não há estimativa quanto aos custos, mas em Campo Grande, por exemplo, foram gastos R$ 326.965,02 para que a empresa “Um Projetos e Construções Ltda. – EPP” realizasse a implantação do sistema. Na capital houve reação dos presos, que ameaçaram motim por causa do cerco fechado pela Agepen.
BASE DO CRIME
A preocupação do Estado em bloquear o sinal de celulares na Phac é prova de que a penitenciária tornou-se uma verdadeira base de operações do crime organizado. Segundo o promotor Juliano Albuquerque, titular da 8ª Promotoria da Comarca de Dourados, limitar a comunicação entre presos e criminosos soltos deve ter reflexo direto nos índices de criminalidade.
Conforme Albuquerque, que atua na execução penal, “muitos desses crimes, principalmente esses tipos como roubos e homicídios, são cometidos nessa articulação” entre criminosos de dentro e de fora da Phac.
“Uma ação que eu acho que vai minimizar essa questão de criminalidade muitas das vezes envolvendo o próprio interno do presídio é essa providência que já está sendo tomada pelo Governo do Estado em Campo Grande e que provocou uma insurgência com relação aos bloqueadores de celulares no presídio”, pondera. “Se realmente funcionar lá e eu acredito que vai funcionar, a intenção do Estado é trazer para Dourados e isso minimiza essa questão da articulação entre o interno e o membro da facção aqui fora, nas ruas”.