Pais de jovem que morreu por falta de vaga em UTI protestam durante a CPI da saúde
Jean Frazão morreu no dia 14 de junho, após sofrer um acidente de moto. O Hospital Universitário informou que não tinha vagas disponíveis
O jovem Jean Miguel Aguero Frazão, 26 anos, foi mais uma vítima da saúde pública de Dourados. Após um acidente de moto no dia 13 de junho, ele foi encaminhado ao Hospital da Vida com traumatismo craniano grave. Segundo a família, a equipe do HV logou detectou a urgência do caso e solicitou vaga na UTI do Hospital Universitário, que negou receber o paciente alegando falta de leitos disponíveis.
Na tarde desta segunda-feira (24), durante a reunião da CPI da Saúde da Assembléia Legislativa, que ocorreu no plenário da Câmara Municipal, os pais do jovem interromperam a reunião para denunciar o fato aos membros da comissão.
A mãe da vítima, a dona de casa Marlene Fernandes, 48 anos, disse só o fato de relatar a angustia da família já a deixou sensivelmente aliviada. “Foi lamentável o que aconteceu com meu filho, e olha que ele já tinha trabalhado tanto no Hospital da Vida quanto no Universitário. O que mais me magoa é que no outro dia após a morte dele, o Conselho de Saúde foi lá e viu que tinha vagas na UTI, e eles não receberam meu filho alegando que não tinham lençóis. Se fosse só esse o problema eu tinha levado”, reclamou.
Já o pai de Jean, o funcionário público aposentado João Frazão, 60 anos, disse que a indignação da família não foi somente com a morte do jovem, e sim com o desdenho, a falta de atendimento. “Se tivessem levado ele para a UTI assim que a vaga foi solicitada e mesmo assim ele viesse a óbito, a gente iria ficar triste do mesmo jeito, mas iriamos entender que foi feito o que precisava. Mas sem ter o atendimento nunca vamos saber se ele tinha chances de sobreviver”, complementou.
O pai diz ainda que vai esperar para ver o resultado da CPI da Saúde, pois de momento, não tem muitas esperanças de que algo positivo possa surgir fruto das investigações. A família disse ainda que nos próximos dias deve entrar com um processo de indenização, possivelmente contra o Hospital Universitário.