Murilo reduz número de médicos plantonistas por falta de dinheiro

A saúde pública de Dourados sofre mais uma derrota. O número de médicos plantonistas em postos que oferecem atendimento noturno começou a ser reduzido por determinação do prefeito Murilo Zauith (PSB). O argumento utilizado por ele para justificar o ato é a falta de dinheiro para pagar esses profissionais pelo serviço prestado.

O corte no atendimento médico oferecido aos douradenses ocorre cinco meses depois que o mesmo prefeito anunciou reajuste nos valores pagos por plantões médicos. À época, em outubro de 2013, Zauith dizia que a medida era prova da valorização que dava ao trabalho desses profissionais. Também apontava a necessidade de atualização dos valores pela defasagem em relação ao que é pago por municípios vizinhos.

Agora Dourados regride na já questionável eficiência da saúde pública. Os médicos que atendem no PAM (Pronto Atendimento Médio), na Unidade de Saúde Seleta, no Centro de Saúde do Parque das Nações II e na Unidade Básica de Saúde de Vila Vargas foram comunicados da redução de plantonistas noturnos.

Essa determinação do prefeito Murilo Zauith foi comunicada aos médicos pelo secretário de Saúde Sebastião Nogueira, em reunião na semana passada. Profissionais ouvidos pela reportagem da 94 FM explicam que no PAM, por exemplo, plantões noturnos que contavam com até cinco médicos agora não têm mais do três profissionais para atender a população na maioria das vezes.  

Na prática, a medida representa uma considerável diminuição na capacidade de atendimento da saúde pública no município. Isso porque um médico chega a atender até 30 pacientes num único plantão. Em número reduzido, esses profissionais ficam sobrecarregados. Ainda que consigam atender a demanda dos plantonistas dispensados, acabam por trabalhar em condições impróprias.

Outra informação apurada pela 94 FM indica que o PAM deixou de ter atendimento de pediatria, serviço que era oferecido a população nos períodos da manhã e da tarde.

A 94 FM tentou entrar em contato com o secretário de Saúde, Sebastião Nogueira, mas não conseguiu até a publicação desta matéria.