Murilo recua e educadores voltam a suspender greve
Prefeito formalizou na terça-feira as propostas que deveriam ter sido apresentadas no dia 15 de outubro
Os educadores de Dourados decidiram suspender a greve que havia sido retomada nesta terça-feira (4). Durante a manhã, representantes do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados) foram recebidos pelo prefeito Murilo Zauith (PSB), que decidiu apresentar as propostas que a categoria aguardava desde o dia 15 de outubro.
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“O prefeito nos chamou para uma reunião e resolveu assumir a proposta novamente. Vamos fechá-la e enviar para a Câmara de Vereadores até o dia 20. Suspendemos a greve, mas vamos continuar em movimento”, informou a vice-presidente do Simted, Gleice Barbosa, que foi eleita para presidência do sindicato para os próximos três anos. “O clima da conversa hoje foi de tranqüilidade”, destacou.
A proposta a que a sindicalista se refere foi anunciada pela prefeitura através de comunicado à imprensa. Nela está inclusa a “concessão do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério da educação básica de até 40 horas semanais para jornada de 20 horas semanais, com pagamento da diferença para o piso municipal, dividido em cinco parcelas anuais, iniciando-se o pagamento da primeira parcela em outubro de 2016 e assim sucessivamente, até outubro de 2020”.
Outro ponto da proposta garante “o encaminhamento ainda neste ano, de um projeto de lei para votação da Câmara Municipal, concedendo à categoria do grupo administrativo com funções educacionais, atualmente regidas pela Lei Complementar 117/2007, ser incluído aos demais administrativos do Grupo de Apoio à Gestão Educacional, regido pela Lei Complementar 118/2007”. Em resumo, trata-se da inclusão dos administrativos no PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações).
Para fevereiro de 2015, o prefeito assumiu o compromisso de abrir “discussões sobre reivindicações da categoria de servidores administrativos, com alterações na Lei Complementar 118/07, que impliquem em impactos financeiros à administração municipal”.
Com esse esboço de acordo entre administração municipal e educadores, a greve retomada na terça-feira (4) voltou a ser suspensa, a exemplo do que aconteceu no dia 1º de agosto, quando os trabalhadores suspenderam a paralisação iniciada no dia 17 de julho. Nessa ocasião, a prefeitura já havia assumido o compromisso de apresentar até o dia 15 de outubro as propostas que Zauith só formalizou agora.
Sem a retomada da greve, os aproximadamente 27 mil estudantes da Rede Municipal de Ensino devem prosseguir com o calendário letivo que prevê aulas até o final de dezembro como forma de compensar os 12 de paralisação de julho.