Morte de aluno em sala de aula demonstra falta de estrutura de saúde na UFGD
Foi decretado luto por três dias em respeito à morte do aluno do curso de ciências sociais que faleceu em sala de aula.
Aproximadamente 100 alunos de diversos cursos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) se reuniram na manhã desta quarta feira (20) para discutir estratégias que devem pressionar a reitoria da instituição à implantação de uma estrutura para atendimento médico satisfatório e eficiente aos alunos.
Nesta primeira Assembleia, foi deliberado luto de três dias aos cursos de teologia e ciências sociais, em decorrência da morte de Anacleto Tamporoski, 60 anos. O movimento estudantil promete que continuará discutindo mecanismos e ações que agreguem força às reivindicações. Segundo informações dos alunos à reportagem da 94FM, a nota oficial que a UFGD emitiu ontem sobre o incidente é contestável.
Um aluno, que preferiu apenas de identificar por Max, disse que “quem prestou o primeiro atendimento básico foram os próprios alunos e o socorro profissional demorou a acontecer”. O movimento estudantil solicita que um pronto atendimento seja instalado dentro da Cidade Universitária ou uma Unidade Móvel de Saúde seja disponibilizada aos alunos.
A Cidade Universitária, composta de duas universidades públicas (Uems e UFGD) , localiza-se a aproximadamente 12 km de distância do centro de Dourados, o que cria um grande lapso de tempo entre um acionamento de urgência e o socorro do usuário de saúde)"
Vale salientar que em junho de 2013, mais de um ano antes do incidente, foi criada uma página para recolher assinaturas como forma de abaixo assinado a ser entregue ao reitor da UFGD.
Ontem, a reportagem da 94FM recebeu diversas ligações por parte dos alunos que estavam desesperados, pela demora no atendimento médico, assim como funcionários, que não quiseram se identificar, denunciaram que os cursos especiais (cursos criados para atender um público diferenciado, como os idosos) foram criados, mas a instituição não se preocupou em modificar a estrutura para atender a demanda desse público.
O próprio diretor da Faculdade de Ciências da Saúde na UFGD, o médico Julio Croda, cobrou a instalação de um serviço de urgência e emergência no campus universitário. Ele reiterou essa reivindicação através de publicação numa rede social na noite de ontem.
Basta saber se esta fatalidade vai servir como exemplo para amparar as próximas situações. Entretanto, a assessoria da UFGD emitiu outra nota hoje falando que a instituição já está tomando as providencias cabíveis.
Veja:
NOTA SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO POSTO DE PRIMEIROS SOCORROS NO CAMPUS
A implantação de um "Posto de Primeiros Socorros" na Cidade Universitária de Dourados é uma importante demanda da comunidade acadêmica, manifestada nos espaços de representação e debate da UFGD e já reconhecida pela Administração da Universidade.
Previstas como uma das principais prioridades no PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional, as ações para implantação do serviço já estão em andamento, visando proporcionar estrutura e pessoal para os primeiros socorros e avaliação inicial do paciente, realizando, posteriormente e se necessário, o acionamento de transporte especializado para condução até uma Unidade de Atendimento Médico/Hospitalar mais próxima, para procedimentos mais complexos.
As ações, em parceria com o Hospital Universitário, para destinação de seis enfermeiros/técnicos de enfermagem que atuarão no Posto já estão adiantadas, aguardando a conclusão das obras do Centro de Convivência, onde o serviço será instalado em definitivo até o final deste ano.
Em virtude do diálogo com representantes de docentes, técnicos administrativos e de estudantes de graduação e pós-graduação, sensibilizados com os fatos ocorridos esta semana e a urgência imediata do serviço, a Administração Central da Universidade decidiu implantar imediatamente o Posto de Primeiros Socorros, em espaço provisório, com início de funcionamento para os próximos dez dias.