Manifestantes sem-teto vão à Câmara e exigem o apoio dos vereadores
Desde janeiro grupo ocupa uma área de propriedade do município na região do Jardim Clímax
Se os vereadores de Dourados pensaram que teriam um 2014 mais tranquilo, se enganaram. Logo na segunda sessão do ano o plenário foi tomado por centenas de manifestantes sem-teto, que exigem o apoio do Legislativo na questão da ocupação de área do município na região do Jardim Clímax.
Na manhã desta terça-feira (11), o mesmo grupo marchou pela Avenida Marcelino Pires com destino à prefeitura, onde protestaram contra a “quebra de acordo” por parte do prefeito Murilo Zauith. O ato foi motivado por um vídeo veiculado no You Tube em meados de janeiro, no qual Zauith se compromete com os acampados ao garantir-lhes proteção e casa própria, contudo, dias depois solicitou na justiça a reintegração de posse da área.
O grupo reclama que está no local desde janeiro, onde passam pelas mais diversas dificuldades. Como não podem sair do “acampamento”, sob o risco de perder o espaço, muitos tiveram que abandonar os empregos. Como consequência, agora sofrem com a falta de recursos básicos para a subsistência das famílias, como gás e alimentos.
Impulsionados e “comovidos” com a situação dos manifestantes, vereadores da situação [aqueles que apoiam o prefeito], subiram à tribuna e garantiram aos presentes que o Legislativo formará uma comissão especial para avaliar o caso.
Acusação
A vereadora Délia Razuk também subiu à tribuna, onde se defendeu de supostas acusações que rondam os bastidores da política douradense, na qual ela [Délia] seria a mentora do movimento. “Ao contrário do que estão dizendo nos corredores da câmara, eu não estou por trás do movimento, pois não sou mulher de enfrentar os problemas por trás, mas sim pela frente”, disse. Após proferida a defesa, o grupo que ocupava o plenário aplaudiu a vereadora e deixou o local.
Abandono
Uma das manifestantes, a cozinheira Evanir Lopes de Souza, 40 anos, mãe de sete filhos, disse que ela e todos os acampados acreditaram na palavra do prefeito, mas agora sentem-se desamparados e desguarnecidos justamente por aquele que prometeu protegê-los. “Quando o Murilo se comprometeu com a gente ele disse que seria o “nosso guarda chuva”, e nós gravamos isso e está na internet, todo mundo já viu”, reclamou a manifestante que questiona a credibilidade do prefeito.
Evanir é uma das que precisou abandonar o emprego de cozinheira para poder garantir seu espaço na área ocupada. Na mesma situação está a jovem Márcia Silva, 22 anos, que reclama da falta de compromisso do prefeito e pede a ajuda de todos.
Reunião
Segundo Evanir, o grupo agora tem uma reunião marcada com o prefeito para a quinta-feira (13), às 10h, na prefeitura. Ela afirma que o objetivo do encontro é dar uma solução definitiva ao problema, caso contrário, as manifestações vão continuar, porém, de forma mais intensa e enérgica.