Manifestantes protestam contra negligência médica no Hospital Universitário
Acompanhados pela Polícia Militar, o grupo caminhou da praça Antônio João até o MPF (Ministério Público Federal)
Por volta das 9h30 desta sexta-feira (21), um grupo de pessoas de reuniu na praça Antônio João, em Dourados, onde organizaram um manifesto contra a morte de um bebê no Hospital Universitário de Dourados. O grupo é liderado por Gislaine Ardigo (mãe do bebê que faleceu) e Waldemar Morais de Souza, presidente da Avem-MS (Associação de Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul).
O grupo realizou uma caminhada pacífica da praça até o MPF (Ministério Público Federal). Os manifestantes foram escoltados pela Polícia Militar, que organizou o trânsito para que o movimento fosse realizado sem impedir a circulação de veículos pela Avenida Marcelino Pires, como também para garantir a integridade física dos manifestante.
O presidente da Avem, Waldemar Morais, explica que a entidade acompanha e auxilia Gislaine desde o início, em meados de abril deste ano, quando a criança morreu durante o parto. “Agora estamos aguardando o parecer o Instituto Nacional de Criminalística, para darmos continuidade ao processo. É bem possível que seja necessário exumar o corpo da criança, mas ainda não foi decidido”, explica.
Morais disse também que baseado nas conclusões da própria Avem, não há dúvida quanto a culpabilidade dos médicos. “Nós não temos a menor dúvida quanto a responsabilidade dos médicos do HU na morte do filho da Gislaine. Foi um típico caso de negligência médica. Tudo o que tinha quer ser feito nós já fizemos, o que resta agora é aguardar os laudos”, complementou.
Segundo o presidente, a associação trabalha para montar em Dourados um escritório, para auxiliar e atender às vítimas de erros médicos em toda a região sul do Estado. “Nossa entidade é sem fins lucrativos, por isso temos dificuldade quando o assunto é infra-estrutura. Mesmo assim, estamos trabalhando arduamente para instalar uma representação aqui em Dourados, onde a demanda por esse tipo de atendimento é muito alta”, concluiu.
Relembre o caso
No dia 17 de abril, Gislaine deu entrada no Hospital Universitário com 41 semanas de gestação. Ela relatou que não tinha as contrações e relatou aos médicos que não tinha condições de ter a criança através do parto normal.
Mas os médicos ignoraram o seu aviso e tentaram realizar o parto convencional, mesmo sabendo que ela não tinha contrações e consequentemente não havia ocorrido a dilatação. “Como era de esperar a criança não saia, os ombros não passaram. Então eles colocaram o bebê para dentro novamente e me fizeram ir caminhando para a sala de cirurgia onde foi feita a cesariana”, desabafou.
A mãe contou que viu a criança nascer, mas notou que respirava com dificuldade. “Eu acredito que essa de ter tentado o parto normal, colocado a criança para dentro e depois ter feito a cesariana tenha sido a causa de tudo. Eu vi a criança quando nasceu, ele mexia a barriga, mas tinha algo de errado, logo aplicaram alguma coisa no meu soro e eu dormi. Depois quando acordei os médicos disseram que a criança nasceu morta, pois tinha ficado com o cordão umbilical enrolado no pescoço”, finalizou.
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