Mãe que perdeu o filho durante parto no HU, realiza protesto em praça pública
Gislaine Ardigo, de 29 anos, aguarda o parecer do Instituto Nacional de Criminalística para processar os médicos
Às 9h de amanhã (21), Gislaine Nunes Ardigo, de 29 anos, irá liderar um protesto contra o Hospital Universitário de Dourados. Em depoimento à redação da 94fm, ela relatou que em meados de abril deste ano, perdeu uma criança durante o parto. O motivo da morte do bebê teria sido negligência médica.
O caso
No dia 17 de abril, Gislaine deu entrada no Hospital Universitário com 41 semanas de gestação. Ela relatou que não tinha as contrações e relatou aos médicos que não tinha condições de ter a criança através do parto normal.
Mas os médicos ignoraram o seu aviso e tentaram realizar o parto convencional, mesmo sabendo que ela não tinha contrações e consequentemente não havia ocorrido a dilatação. “Como era de esperar a criança não saia, os ombros não passaram. Então eles colocaram o bebê para dentro novamente e me fizeram ir caminhando para a sala de cirurgia onde foi feita a cesariana”, desabafou.
A mãe contou que viu a criança nascer, mas notou que respirava com dificuldade. “Eu acredito que essa de ter tentado o parto normal, colocado a criança para dentro e depois ter feito a cesariana tenha sido a causa de tudo. Eu vi a criança quando nasceu, ele mexia a barriga, mas tinha algo de errado, logo aplicaram alguma coisa no meu soro e eu dormi. Depois quando acordei os médicos disseram que a criança nasceu morta, pois tinha ficado com o cordão umbilical enrolado no pescoço”, explicou.
O manifesto
Gislaine explica que os manifestantes irão partir em marcha da praça Antônio João com destino ao Hospital Universitário. Ela disse que diversas pessoas irão participar do movimento, que teve uma grande adesão por parte de outras pessoas que também já sofreram traumas em decorrência de negligência médica em Dourados.
A líder do manifesto disse também que irá processar o hospital, como também os médicos responsáveis pela morte do seu filho. O caso já está nas mãos da polícia federal, que enviou todos os laudos médicos, prontuários e afins para o Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, que irá dar o veredicto se a morte da criança foi ou não culpa dos médicos.
Gislaine disse ainda, que de acordo com a Polícia Federal, caso os documentos enviados para Brasília não sejam suficiente para subsidiar o laudo, será determinada a exumação do corpo.