Liminar contra greve dos bancários não muda situação de Dourados, garante sindicalista

Ronaldo Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, garante que a greve continua (André Bento)
Ronaldo Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, garante que a greve continua (André Bento)

A greve dos bancários, que fechou 13.071 agências em todo o Brasil nesta terça-feira (20), segue sem previsão para acabar. É a maior abrangência da história das mobilizações da categoria, segundo Ronaldo Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, entidade com atuação num total de 13 municípios no interior de Mato Grosso do Sul.

Em visita à 94FM nesta tarde, o líder sindical afirmou que não há sequer expectativa para uma nova rodada de negociações com a entidade que representa os bancos, a Fenaban. Na quinta-feira (15) houve o mais recente encontro entre representantes de trabalhadores e patronato, ocasião em que os índices propostos não levaram a qualquer avanço.

“As negociações estão emperradas. Já estamos na sexta rodada de negociações com os banqueiros e infelizmente houve poucos avanços e na última negociação que aconteceu os banqueiros simplesmente apresentaram a mesma proposta da rodada anterior. Ou seja, não houve avanço, ficando nos 7%, um índice abaixo da inflação medida pelo período, que foi de 9.62%”, explicou Ferreira.

Segundo o sindicalista, as reivindicações dos bancários foram definidas em encontro nacional e já são do conhecimento da classe patronal desde o dia 9 de agosto. Ele critica a política de demissões que cortou 7 mil empregos no primeiro semestre deste ano, período em que o lucro dos bancos chegou a R$ 29,700 bilhões.

“A luta não é só para os bancários. A gente quando vai para frente dos bancos e faz a greve, os piquetes, é para que a gente também melhore o atendimento através da contratação de mais funcionários, para evitar, por exemplo, essas enormes filas na boca do caixa”, ponderou Ferreira.

“Infelizmente, os bancos ultimamente sinalizam mais demissões, apesar dos lucros absurdos, que só no 1º semestre de 2016 foi de 29 bilhões e 700 milhões. Só nesse semestre, foram 7 mil demissões a nível de Brasil. Em vez de sinalizar com mais admissões, sinaliza com demissões apesar dos altos lucros”, criticou o líder sindical.

Ferreira esclareceu que a liminar concedida pela Justiça determinando a volta dos bancários ao trabalho em Mato Grosso do Sul não tem efeito sobre a área de abrangência do sindicato que preside. “Não é para Dourados, é para Campo Grande, cujo sindicato local foi notificado como objeto da ação”, informou.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região afirmou que mesmo durante a greve é feito um atendimento de 30% do quadro funcional das agências. Nesse caso, segundo ele, são mantidos serviços essenciais, como abastecimento dos caixas eletrônicos, para garantir o funcionamento dos terminais de auto atendimento.

“A greve não tem tempo para terminar. Estamos aguardando nova rodada de negociações que infelizmente ainda não foi sinalizada. Se não acontecer, enquanto não tiver uma proposta interessante para a categoria, vamos continuar em greve até que os banqueiros façam uma proposta que contemple toda a categoria”, ressaltou.

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