Leishmaniose causa morte em Dourados

Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde revela que dos 10 casos investigados este ano no Estado, apenas o de Dourados resultou em morte

Morte por Leishmaniose Visceral ocorrida em Dourados foi a primeira em todo o Estado esta ano (Foto: A. Frota)
Morte por Leishmaniose Visceral ocorrida em Dourados foi a primeira em todo o Estado esta ano (Foto: A. Frota)

Boletim Epidemiológico divulgado na quarta-feira (28) pela Secretaria de Estado de Saúde revela que Dourados registrou uma morte por Leishmaniose Visceral neste ano. Foi o primeiro óbito decorrente desta doença em todo o Mato Grosso do Sul desde que 2018 começou. A 94FM apurou que a vítima é um homem de 54 anos que faleceu no dia 4 passado. Ele foi internado no Hospital da Vida, mas com o agravamento da doença precisou ser transferido ao Hospital Universitário.

"A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença de notificação compulsória e, por isso, todo caso suspeito deve ser notificado e investigado pelos serviços de saúde, através da ficha de investigação padronizada pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)", revela a secretaria.

Conforme o boletim, "por ser uma doença de evolução crônica, para a análise foram excluídas as duplicidades encontradas no SINAN Estadual". Desde o início do ano, Mato Grosso do Sul registrou casos novos de Leishmaniose Visceral em Aquidauana (1), Bodoquena (1), Campo Grande (3), Corumbá (1), Jardim (1), Porto Murtinho (1), e Terenos (1), além de Dourados, no qual houve o óbito.

Desde 2010, o Estado havia confirmado 1.615 casos dessa doença. Até então, 113 pessoas haviam morrido. E neste ano, dos 10 novos registros, houve a morte em Dourados.

OMISSÃO

Em junho de 2017, o MPE-MS (Ministério Público Estadual) comunicou a instauração de inquérito para "apurar eventual ato de improbidade administrativa, consistentes no desempenho inadequado de suas funções" de um médico veterinário do Centro de Controle de Zoonoses de Dourados.

A 94FM apurou que ele foi denunciado pela suposta "posse irregular do livro de registros dos exames de leishmaniose, objetivando esconder os altos índices da doença" no município, além da "destruição de notificações do vírus da dengue" em Dourados. Na denúncia original consta ainda o "desvio dos agentes de endemias e de combate aos vetores para exercerem funções administrativas".

Ainda em agosto de 2017 esse servidor foi afastado das funções pela Prefeitura de Dourados pelo prazo de 60 dias. No dia 6 de outubro daquele ano houve novo afastamento por igual período. Um dia antes, o Diário Oficial do Município comunicou a instauração de sindicância administrativa para apurar a conduta deste profissional.

Desde então, contudo, a administração municipal não divulgou resultados deste procedimento. E em consulta ao Inquérito Civil Público instaurado pelo MPE, a reportagem da 94FM apurou que a mais recente movimentação ocorreu em novembro passado. Até agora não houve oferecimento de denúncia à Justiça ou pedido de arquivamento.

*Matéria editada às 20h16 para acréscimo de informações.

Comentários
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  • RICARDO BARBOSA

    RICARDO BARBOSA

    Outras cidades do país tiveram animais soro positivos para leishmaniose, o procedimento adotado foi mapeamento da área, todos os fatos e cães foram cadastrados, chipados e colocados coleiras com deltametrina( repelente), sem custo para o dono. Em Dourados não existe controle de animais infectados e nem de humanos! Verdadeiro absurdo, descaso administrativo que está custando vidas.

  • IVAN

    IVAN

    ESTÃO ESPERANDO VIRAR EPIDEMIA . AI COMEÇAM A FAZER VISSITAS NESSES TERRENOS.

  • ivan

    ivan

    em toda dourados esta tudo abandonado, estão esperando virar epidemia dai começam a fazer vistorias nos terrenos.

  • Mia

    Mia

    A gente teria que saber qual bairro para se prevenir.