Juiz manda prender novamente vereador afastado que tentou entrar na Câmara
Pastor Cirilo agora é acusado de descumprir medidas cautelares impostas quando obteve a liberdade provisória e tentar entrar no Legislativo durante a noite
O juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal de Dourados, mandou prender novamente o vereador Cirilo Ramão Ruis Cardoso, o Pastor Cirilo (MDB). Um dos alvos da Operação Cifra Negra, desencadeada no dia 5 de dezembro de 2018 para combater fraudes em licitações na Câmara de Dourados, ele agora é acusado de descumprir medidas cautelares impostas quando obteve a liberdade provisória e tentar entrar no Legislativo durante a noite.
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Expedida nesta sexta-feira (8), a ordem de prisão preventiva atende pedido feito pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual). A Promotoria de Justiça afirmou que na noite de 5 de janeiro, um sábado, Cirilo compareceu à Câmara com intuito de entrar no próprio gabinete para retirar alguns documentos. O fato foi relatado em depoimento prestado por vigia do local e confirmado por imagens das câmeras de segurança.
Embora essa tentativa não tenha obtido êxito, já que um porteiro negou sua entrada nas dependências do Palácio Jaguaribe por ter ordens para impedir a entrada de pessoas não autorizadas após às 18h, o MPE considerou que o vereador afastado descumpriu a medida cautelar estabelecida quando Cirilo foi solto, que impõe recolhimento noturno nos fins de semana.
Para a Promotoria de Justiça, Cirilo agiu “para interferir nas atividades de investigação, mesmo afastado do cargo de vereador, tentando adentrar na Câmara Municipal, especificamente em seu gabinete, a fim de retirar alguns documentos do referido recinto”.
Para o juiz, além de descumprir a medida cautelar que impõe recolhimento noturno, o vereador afastado Cirilo Ramão desafiou o comando judicial restritivo “apoiando-se na vã convicção de que não haverá fiscalização mais severa das medidas cautelares”.
O magistrado acolheu o pedido do MPE para decretar a prisão preventiva de Cirilo considerando que não é mais “possível estabelecer meditas cautelares com força para impedir a atuação do representado em seu intento de macular a instrução processual”.
Desencadeada pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) e pela Polícia Civil, a Operação Cifra Negra resultou em mandados de prisão preventiva contra os vereadores Idenor Machado, Pedro Pepa (DEM) e Pastor Cirilo Ramão (MDB), além do ex-vereador e suplente Dirceu Longhi (PT), ex-servidores da Câmara e empresários de Campo Grande.