HU-UFGD tem ação de boas-vindas para colaboradoras que retornam à sua rotina profissional

São praticamente 15 meses de conexão direta, entre bebê e mãe, que mudam abruptamente com o retorno à rotina profissional.  Após a licença maternidade, o retorno ao trabalho pode ser um momento desafiador para muitas mulheres. A maioria delas vivencia um misto de sentimentos que envolvem a separação de seu bebê, incerteza sobre o novo ambiente e jornada de trabalho e medo do desmame causado por redução da produção de leite devido maior intervalo sem aleitamento. Além disso, outros fatores pessoais podem contribuir para a ansiedade que circunda esse momento, como a privação de sono, falta de apoio familiar, sentimento de sobrecarga e de insuficiência para atender “dupla jornada”. Algumas dessas angústias são minimizadas com os s benefícios garantidos por lei para mulheres em lactação, entretanto outras estratégias podem ser planejadas pelas instituições para que esta colaboradora tenha um retorno mais acolhedor.

Nessa perspectiva, a forma que esta mulher e mãe é acolhida, reflete direta e indiretamente na sua experiência de reinserção no ambiente de trabalho, e pode implicar no seu desempenho profissional e na relação interpessoal com os colegas.Pensando nisso, enfermeiras da Divisão de Enfermagem (DENF) do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), filiado à Ebserh, criaram no ano 2021 o projeto “Bem-vinda de Volta” para acolher as colaboradoras da enfermagem nesse retorno.

O Projeto presta uma homenagem as colaboradoras que retornam ao trabalho após o período de licença maternidade por meio da entrega de um porta-retrato com a foto do filho acompanhada de um texto motivacional. As fotos são coletadas das redes sociais ou por meio de contato com familiares e editadas em programa eletrônico. No seu retorno ao trabalho as colaboradas são convidadas a comparecer na DENF onde são acolhidas e recebem a homenagem com a entrega do porta-retrato.

“Durante a entrega, as colaboradoras se emocionam e se sentem bem-vindas, relatando que esse gesto minimizou esse momento difícil para elas. A Divisão de Enfermagem (DENF) queria realizar ações de humanização, e assim a enfermeira Daniele Ceccato idealizou este projeto que todas as  demais colaboradoras aprovaram e abraçaram. E mesmo com a saída dela da DENF, o projeto continuou”, explica a enfermeira Rosana Matos Queiroz.

A iniciativa mexe tanto com a emoção, que até teve registro de elogio na ouvidoria do HU-UFGD: “Quero registrar meu elogio para equipe da Divisão de Enfermagem do HU-UFGD(Fernanda, Rosana, Andréia,  Stéphane, Cristiane e Iara), pelo acolhimento no retorno da lactente ao trabalho após a licença maternidade. As meninas do setor mostram grande sensibilidade em receber a lactante, que retorna cheia de preocupações e angústia pela separação de seu bebê. A iniciava de preparar o ambiente, com palavras de carinho e imagem também ajuda a motivar a profissional, pois torna esse momento muito mais leve”, agradeceu a colaboradora Ely Bueno.

A colaboradora Cristiane Pacheco de Miranda também relatou o que sentiu quando retornou ao trabalho e foi surpreendida com o quadrinho de boas-vindas: “eu gostaria muito de conseguir expressar em palavras todo meu agradecimento a equipe da Divisão de Enfermagem, mas nem que eu escrevesse páginas e páginas seriam suficientes pra transmitir meu sentimento. Uma das coisas que mais me marcou foi meu retorno ao trabalho. Para nós, mães, deixar o filho pra retornar ao trabalho é algo muito doloroso, sofrido, um misto de insegurança, medo, tristeza. Para mim foi ainda pior, porque eu estava longe da minha cidade de origem, longe do meu esposo, longe de casa! Quando eu cheguei da DENF e me deparei com um aquele quadro em cima da mesa, com aquela foto e com aquela mensagem… me emocionei, chorei, mas ao mesmo tempo me senti tão acolhida, tão abraçada, amada! Entendi e aceitei que era necessário voltar ao trabalho, que tudo ficaria bem, que as coisas iriam se ajeitar”.

Mesmo quando a convivência é muito curta

A colaboradora Mara Lourenço Vermieiro sofreu a perda de sua bebê Sofia e ao retornar para o trabalho também foi recebida com a homenagem, num gesto de carinho e apoio, principalmente para superar a dor da perda.

“Existem situações que acontecem na nossa vida que só o tempo conseguirá explicar. Eu tive muitos momentos inexplicáveis, nem que eu ficasse o tempo todo falando, não expressaria o misto de sentimentos que tem invadido a minha vida! Senti o maior e mais puro amor do mundo, mas também senti a pior dor que poderia existir: a perda de um filho. Mas nessa jornada de altos e baixos vejo o carinho em cada gesto das pessoas que estão a minha volta. Essa homenagem de boas-vindas é um espelho do mais puro carinho, acolhimento, gratidão… Se eu tivesse que responder a minha filha diria: “ A mamãe também gostaria de todas as aventuras com você porque todo o amor guardado aqui comigo é seu…Busco você todos os dias em tudo e sinto saudades sim, mas tenho muitas pessoas queridas que não te substituem, mas ajudam a mamãe superar”. Essa homenagem é uma delas. Obrigada”, agradece Mara.

Desde a sua implementação, o projeto contemplou 47 colaboradoras da enfermagem, sendo destas 18 (38,3%) em 2021, 16 (34%) em 2022 e 13 (27,6%) até junho de 2023

Sobre a Rede Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.