HU-UFGD realiza palestra sobre assistência a vítimas de crimes sexuais

Palestra foi ministrada pela assistente social Naara Aragão que apresentou as últimas atualizações do Projeto Acalento desenvolvido no hospital

  • Assessoria/Ebserh
A palestra contou com a presença de profissionais de saúde, médicos e enfermeiros (Foto: Divulgação/HU-UFGD)
A palestra contou com a presença de profissionais de saúde, médicos e enfermeiros (Foto: Divulgação/HU-UFGD)

A Unidade da Mulher e da Criança do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) foi palco nesta quinta-feira (20) de uma importante palestra sobre o Projeto Acalento. O programa multiprofissional de assistência a vítimas de crimes sexuais é desenvolvido pelo HU-UFGD/Ebserh em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp).

A palestra contou com a presença de profissionais de saúde, médicos e enfermeiros.

“Uma das orientações repassadas foi em relação às vítimas de violência que não devem tomar banho logo após a violência ao serem atendidas na unidade. Isso porque elas precisam fazer a coleta de materiais que possam ser úteis na investigação policial”, explicou Naara. Ela destacou a importância de preservar as evidências para que a investigação possa ser eficaz.

Naara também abordou os desafios enfrentados pelas vítimas no processo de denúncia. “Mulheres desacreditadas no processo preferem não fazer a denúncia. O nosso papel aqui é informar direitos e garantias, e não julgar”, afirmou. Ela enfatizou que o atendimento deve ser humanizado e acolhedor, garantindo que as vítimas se sintam seguras e apoiadas.

O Projeto Acalento tem sido um grande avanço na forma como as vítimas de violência sexual são tratadas. "Isso foi um grande ganho não exigir mais o boletim de ocorrência das vítimas. Em 2011, a mulher fazia atendimento médico e psicossocial e ainda tinha que ir à delegacia fazer o boletim de ocorrência. E ainda tinha que ir ao IML e só depois estaria liberada e ainda depois tinha que voltar para pegar exames. E ainda sem transporte com roupa da violência, pós-situação. E nós da rede fomos problematizando isso, problematizando a dificuldade desse atendimento integral. Formalizamos uma parceria e, em todo atendimento no Projeto Acalento, a gente faz a solicitação e a segurança pública vem fazer o atendimento no hospital”, relatou Naara.

Ela explicou que, atualmente, o boletim de ocorrência e a perícia são feitos diretamente no hospital, garantindo que a primeira preocupação seja o atendimento de saúde. "A primeira lógica é o atendimento de saúde que o hospital precisa garantir. Depois, o trabalho da segurança pública. Inclusive ouvir a vítima e o acompanhante. O que temos tentado integrar é que o profissional já repasse as informações para os demais para não revitimizar a vítima e fazê-la pensar naquela situação de violência o tempo todo”, acrescentou.

Naara ressaltou a importância de um atendimento rápido e eficiente: "O que a gente quer garantir é que a vítima saia daqui com a resolutividade. No processo de atendimento, você inicia perguntando e entendendo o processo. Chegou ao hospital, não pode permitir que a vítima retorne para o ambiente de violência".

Desde 2011, o hospital realiza o atendimento a vítimas de violência sexual.

Projeto Acalento

O HU-UFGD oferece uma estrutura acolhedora para as vítimas, com dois consultórios específicos para atendimento, um deles com brinquedos para crianças, sendo espaços reservados para garantir o conforto e a privacidade desses pacientes. “É preciso dar essa diferenciação e essa prioridade no atendimento. Da nossa parte, o atendimento precisa ser o mais rápido possível”, concluiu Naara.

Desde 2011, quando o HU-UFGD se tornou responsável pelo Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do município de Dourados, o hospital também incorporou o atendimento a vítimas de violência sexual. A instituição se habilitou oficialmente no Ministério da Saúde para tal serviço e formou seus servidores junto à rede estadual de saúde.

A equipe multiprofissional do Projeto Acalento, composta por profissionais da Enfermagem, Ginecologia, Pediatria, Psicologia e Serviço Social, participa ativamente da rede de atendimento a vítimas de violência em Dourados. O projeto oferece um atendimento diferenciado desde a chegada da usuária na recepção do serviço, com profilaxia para doenças sexualmente transmissíveis, contraceptivo de emergência e atendimento a possíveis lesões causadas pela agressão.

O evento destacou a importância de uma rede de atendimento integrada e eficiente para garantir a segurança e o bem-estar das vítimas de violência sexual, reafirmando o compromisso do HU-UFGD e da Sejusp com a proteção e o suporte às pessoas em situação de vulnerabilidade.

Sobre a Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 42 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.


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