Grupo infiltra manifestantes para tentar abafar protesto contra Zauith
Manifestantes com faixas alheias às reivindicações do funcionalismo público tentaram tumultuar protesto desta manhã
Uma manobra supostamente articulada pela base de apoio do prefeito Murilo Zauith (PSB) tentou abafar o protesto realizado por servidores públicos na manhã desta quinta-feira (10) na Prefeitura de Dourados. Embora a manifestação tenha sido encampada pelos trabalhadores da saúde e direcionada à administração municipal, um grupo sem qualquer relação ao funcionalismo público tomou parte do espaço para exibir faixas com reivindicações alheias às propostas ali.
A manifestação de hoje é direcionada exclusivamente à administração municipal. Motivada pelos cortes promovidos na saúde e, sobretudo, por causa da incapacidade do prefeito de conceder o reajuste salarial do funcionalismo público, uniu servidores de diversas áreas.
Mas o grupo que se infiltrou direcionava queixas ao outras esferas de governo. Homens e mulheres calados - postura que já os diferenciava dos demais manifestantes - portavam faixas confeccionadas em material de melhor qualidade do que as cartolinas utilizadas pelos servidores públicos.
Nesses materiais, semelhantes aos vistos em inaugurações com agradecimentos ao prefeito, havia reivindicações ao governador André Puccinelli (PMDB) para que salve a saúde de Dourados. “Dourados não pode assumir 34 municípios sozinha”, constava em uma delas. Esse discurso é o mesmo proferido constantemente pelo secretário municipal de Saúde, Sebastião Nogueira, que ressalta a necessidade de o governo estadual aumentar os repasses para a saúde local.
No entanto, nenhum desses manifestantes foi reconhecido pelos servidores públicos que organizaram o protesto. Tampouco as faixas e reivindicações contidas nelas condiziam com o que é proposto atualmente pelo funcionalismo público.
Num dos momentos mais tensos, servidores da saúde tentaram enrolar as faixas alheias. Jovens que acompanhavam os intrusos interviram com cara de poucos amigos. Eles eram instruídos a todo momento por uma mulher que se posicionou numa das rampas de acesso a ala de gabinetes.
Por fim, permaneceram tentando chamar a atenção em meio aos discursos proferidos pelos servidores. Corria pelo local boatos de que esses manifestantes de encomenda haviam sido mobilizados a partir da falsa promessa de que iriam receber casas populares. Essa informação não foi confirmada pela reportagem.