Ex-genro acusado de agredir professor Benê diz ter dado tapa por causa de dívida de R$ 2 milhões

Entrevista exclusiva concedida à 94 FM nesta sexta-feira tem a versão do acusado de agredir violentamente o idoso

Marcelo Viana Andreatta concedeu entrevista exclusiva à 94 FM nesta sexta-feira (Reprodução/Facebook)
Marcelo Viana Andreatta concedeu entrevista exclusiva à 94 FM nesta sexta-feira (Reprodução/Facebook)

Em entrevista exclusiva concedida nesta sexta-feira (6) no Programa Marçal Filho, da 94 FM, Marcelo Vianna Andreatta, de 36 anos, acusado de agredir violentamente o professor Benê Cantelli, de 67 anos, afirmou ter dado apenas “uns tapas” por causa de uma dívida de R$ 2 milhões. Ex-genro da vítima, ele queixa-se de ter tido o nome usado indevidamente em empresas que faliram e deixaram diversos problemas judiciais.

Saiba mais:

-Ex-genro acusado de agredir professor Benê vai responder o processo em liberdade

O centro da polêmica é o Colégio Objetivo, que chegou a ter duas unidades em Dourados, ambas por meio de franquias administradas pelo professor. Segundo Andreatta, o ex-sogro utilizou seu nome indevidamente na abertura seis empresas ligadas à instituição educacional. Com a falência destas, sobraram dívidas que somam quase R$ 2 milhões e lhe geram inúmeros problemas.

Dívidas e constrangimento

“Ele montou seis empresas. Essas seis empresas falsificaram assinaturas minhas, colocaram a conta do Santander e conta do Itaú, chegou ações trabalhistas no meu nome. Dei um tapa nele. Fiz isso porque já tem algum tempo que estou pedindo para ele tomar alguma providência com relação ao meu nome. Estou há mais de cinco seis anos com meu nome sujo perante o Ministério do Trabalho, fiscais estaduais, federais, banco Santander, banco Itaú, várias instituições. Não posso ter uma casa no meu nome porque usaram meu nome para passar a unidade 1 que era o Colégio Objetivo e a unidade 2 tudo no meu nome”, afirmou.

Segundo Andreatta, sua indignação aumentou por não ser atendido pelo ex-sogro. “Isso vai fazendo com que a gente converse, pede, pede, pede. Então eu vou lá conversar com ele pessoalmente. Chega lá ele não atende o interfone. Realmente eu perdi a cabeça. Ultimamente ele tem pedido para não atender a minha pessoa, não abrir portão. Infelizmente cheguei nessa atitude”.

Em decorrência das dívidas trabalhistas, o acusado da agressão alega ficar constrangido com as constantes intimações judiciais que recebe. “Quem pode julgar as pessoas é somente Deus, jamais colocar meu nome durante tudo isso daí e não pagar funcionários e FGTS, fazendo com que ações trabalhistas cheguem hoje onde eu trabalho, em que meu pai é sócio”, pontuou. “Meu pai, imagina o tamanho da vergonha que tem de saber que um oficial de justiça vai na empresa dele. A dívida não é minha”.

Sem herança e sem drogas

Ainda conforme Andreatta, essas dívidas o impedem até mesmo de receber a herança deixada pela mãe, que faleceu há cinco anos. “Hoje eu não posso ter um carro no meu nome, uma casa no meu nome. Minha mãe faleceu vai fazer cinco anos. Ela deixou herança para mim, uma casa e um terreno. Chega oficial de justiça sete horas da manhã e falar para mim que veio fazer penhora do imóvel por causa das dívidas do Objetivo”.

Quanto a acusação de que usa drogas, ele refuta e diz até mesmo ter um exame toxicológico para provar. “Alegaram que eu estava sempre como drogado. Fiz um exame de urina ontem. Toda vez que falaram que eu era droga era para me rebaixar, para me desmoralizar e continuar meu nome perante a justiça. Ladrão e bandido tem que estar na cadeia”.

“A droga que eu uso é lícita. É o medicamento calmante, porque ninguém que passa por isso fica quieto. Estou tomando medicamento controlado já faz mais de quatro anos, estou fazendo tratamento com psicóloga já faz mais de seis anos, porque nem meu pai nem minha mãe se estivesse viva hoje aceitaria um negócio desse, para ele usar meu nome, fechar duas escolas e deixar um monte de funcionários na mão”.

Só tapas e injustiça

Andreatta garante que deu “apenas uns tapas” no professor Benê. “Eu não bati não, só dei uns tapas nele. Me arrependo sim, mas faz tempo que eu venho pedindo para ele pelo menos me atende, fala para o juiz, tira meu nome disso daí. Eu vou casar agora, quero ter meu nome. Quero ter uma vida tranquila, mas não posso porque tem esse bloqueio dessa escola. E ele não me escuta, não atende o telefone, fala que não está lá. Poxa, quando a gente erra tem que ser homem”, disse.

Quanto a gravidade dos ferimentos, Andreatta demonstra desconfiança. “Eu dei uma tapa na cara dele e falei: você vai tirar meu nome de tudo isso aí porque eu quero casar, eu quero ter uma vida sossegado, deixo você em paz, não vou precisar vir aqui derrubar o portão. Quando a pessoa tem uma idade acima de 55 a 60 anos diz que a pele da pessoa fica sensível. Dei um tapa nele, não sei se ele aproveitou a oportunidade, porque ele é formador de opinião, vai querer jogar a sociedade contra mim. Ele é muito esperto, com certeza às vezes ele fez alguma coisa a mais. Eu fiquei sabendo no dia que ele tinha ido para hospital”, argumentou.

Andreatta também se diz injustiçado pela sociedade. “É fácil a sociedade me julgar e falar que eu fui lá e dei um tapa na cara dele. Eu tenho certeza que muitos ex-funcionários tinha vontade de fazer isso. A sociedade coloca as coisas de forma que não beneficia a minha pessoa. Quem foi funcionário da unidade 1 sabe que depois que fechou ficou um monte de FGTS sem ser recolhido”.

Independência e ameaças

Divorciado da filha de Benê há seis meses, com que teve duas filhas, Andreatta garante nunca ter dependido do ex-sogro. “Nunca dependi dele. Eu trabalhei na cantina da escola dele, que também era minha. Nunca recebi um pró-labore. Pagava mil e duzentos reais para usufruir de uma coisa que poderia ser para as netas dele. Eu paguei R$ 1,2 mil de aluguel para trabalhar e ganhar meu dinheiro. E ainda a filha dele falar que eu sempre fui dependente deles. É isso que ele quer. Ele sempre quer colocar um coitado na reta dele, mas eu não vou ser coitado, infelizmente”.

O acusado das agressões diz ser ameaçado de morte por pessoas ligadas ao ex-sogro. “Ele usa o nome de pessoas fortes em Dourados para falar ‘vai lá fazer alguma coisa que eu vou conversar com você na sua casa’. Eu tenho medo é de Deus, porque ele faz justiça com as próprias mãos. Eu faço as coisas que têm que ser certas. Agora não me julguem. Infelizmente demorou para alguém tomar uma atitude. Infelizmente eu fui fraco”.

“Não adianta depois mandar mensagem falar que vão me matar porque Deus está para quem para fazer justiça. Infelizmente eu cheguei nessa atitude. Quero viver, ter meu nome limpo, ter uma casa que veio de herança da minha mãe no meu nome. Se alguém fizer algum mal comigo, espera pelo menos que eu quero ver o Corinthians campeão”.

Ouça a entrevista na íntegra:

Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.