Evento no Sindicato Rural apresenta potencial econômico do setor florestal em Dourados

Vinda de empresas gigantes para a região deverá fomentar a geração de empregos e novas oportunidades de negócios

Pedro Francio Filho e Paulo Cardoso visitaram a 94 FM nesta quinta para divulgar o evento que será realizado s... (André Bento)
Pedro Francio Filho e Paulo Cardoso visitaram a 94 FM nesta quinta para divulgar o evento que será realizado s... (André Bento)

Dourados está na rota do desenvolvimento econômico possibilitado pelo setor florestal. É o que garantem especialistas na área ouvidos pela 94 FM. Para mostrar à população local os potenciais do segmento, com geração de empregos e  novas oportunidades de negócios, o Sindicato Rural sedia nesta sexta-feira (6) o “Programa Mais Floresta Biomassa para Energia”.

Realizado pelo Senar-MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Mato Grosso do Sul), o evento começa às 8h, com palestras ministradas por José Carlos Bianchini Sottomaior, diretor da Ecoproducts e por Pedro Francio Filho, engenheiro agrônomo da UNISAFE Consultoria.

Dia de campo

Em seguida, até às 11h, terá início o Bate Papo de Negócios, um encontro de negócios entre produtores rurais, patrocinadores, prestadores de serviço, empresas produtoras de cavaco e empresas consumidoras de biomassa. Às 13h30 começa o Dia de Campo sobre Biomassa numa propriedade rural da região.

“Esse evento já existe há três anos e vem para essa região porque aqui o setor de florestas está crescendo e está começando a consumir biomassa originária das florestas plantadas de eucalipto”, destaca Paulo Cardoso, diretor da Paulo Cardoso Comunicações, também realizadora do evento.

Novo mercado

Ele explica que a biomassa já é usada na região para secagem de grãos em cerealistas, em frigoríficos para aquecer água e em usinas na entressafra da cana-de-açúcar para gerar energia. E agora, com o recente anúncio de que gigantes da produção aviária adquiriram terras em Dourados, o mercado ganha novas perspectivas.

“Há um mercado novo surgindo nessa região para o consumo do cavaco de biomassa do eucalipto”, ressalta Cardoso. Segundo ele, somente uma empresa de chineses que já atua em Maracaju deverá consumir 20 mil toneladas por mês na unidade que Dourados receberá em breve.

Mais negócios e empregos

Essa abertura de novos horizontes para o mercado florestal na região trará impactos positivos não apenas em novas oportunidades de negócios para produtores. A necessidade de mão de obra voltada para o setor já é apontada como grande criadora de mais vagas de trabalho. “É um evento interessante para todo e qualquer produtor que pensa ou já pensou em plantar eucalipto na região. E para quem pretende conseguir trabalho na área”, pondera Cardoso.

Para orientar sobretudo produtores, o evento terá entre os palestrantes Pedro Francisco Filho. O engenheiro agrônomo da Unisafe Consultoria abordará inovação, tecnologia e resultados. “Muita gente plantou eucalipto sem saber o que fazer. Vamos passar informações básicas. Plantar para quê? Como plantar? Quais espécies? Espaçamento entre as árvores. Toda a tecnologia mais avançada será apresentada para a região, voltada às mais diversas finalidades”, destaca.

Solo fértil

O engenheiro agrônomo revela ainda que as plantações de eucalipto podem ter uso múltiplo. Ou seja, em diversas fases de desenvolvimento podem ser aproveitadas e gerar renda aos produtores. “Vamos falar sobre coleta de solos, planejamento, manejo silvicultural, podas para uso múltiplo, desbaste florestal, a importância de cada processo produtivo para ter uma floresta de qualidade. A grande maioria hoje não tem noção sequer da metade desse processo”, revela.

Pedro Francio Filho informa que a média nacional de produção silvicultural é de 40 metros cúbicos por hectare. “Em Dourados não chega a isso, embora o potencial dessa região, por causa do solo, dá em torno de 50% a mais da média nacional, acima de 60 metros cúbicos por hectare”.

Energia renovável

Ainda de acordo com o engenheiro agrônomo, a cada quilo de frango consumido são necessários 1,2 quilos de madeira no processo completo de produção. “Onde tem agricultura ou indústria é preciso ter lenha para secar ou processar grãos. As opções seriam florestas nativas ou eucalipto. Sem essa energia de fonte renovável você ataca a nativa”, afirma.

Também para ilustrar o potencial dessa cultura, ele pontua o sistema silvipastoril, no qual a criação de gado ocorre em meio às plantações de eucalipto. Segundo o engenheiro agrônomo, isso reduz em até 10 graus a temperatura sobre os animais, o que aumenta o potencial de cabeças de gado por hectare. “A maior fazenda com esse sistema está na região Sul do Estado”, revela.

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