Enfermeiros repudiam prefeitura por convocação para dia ‘D’ de vacinação
Sindicato da categoria afirma que a administração municipal agiu de forma autoritária e demonstrou não ter apetite para conduzir de forma democrática os diálogos com funcionalismo público
O Sindenf (Sindicato de Enfermagem da Grande Dourados) divulgou nesta quarta-feira (9) uma nota de repúdio contra a Prefeitura de Dourados, classificada como autoritária e sem apetite para condução democrática dos diálogos com o funcionalismo público. O motivo, conforme a entidade que congrega servidores públicos municipais, estaduais e federais, é a “convocação arbitrária para trabalho extraordinário referente a campanha nacional de vacinação contra influenza 2018”.
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Parte de uma mobilização que ocorrerá em todo o Brasil, o dia “D” de vacinação prevê que as unidades de ESF (Estratégia Saúde da Família) abrirão como parte de ação preventiva com objetivo de imunizar a população mais vulnerável à doença. Em Dourados, contudo, nem todos os postos de saúde vão atender nesta data e mesmo nos casos de expediente normal, há descontentamento dos profissionais de enfermagem.
“Em sua vigésima Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza, o município de Dourados-MS e seus servidores da Enfermagem encontram-se em uma situação inédita, ‘sui generis’, insatisfatória, desnecessária, e desagradável a todos que compõe esta categoria”, destaca o Sindenf na nota de repúdio.
Conforme o sindicato, ao longo dos anos os servidores de Enfermagem têm sido ressarcidos pelo trabalho nessas datas “de forma justa e coerente com a função que exerce, e pelo laboro além de sua jornada de trabalho em dia especifico e extraordinário, conforme aduz o ordenamento legal vigente”.
No entanto, a entidade informa que neste ano, “após diversas tratativas entre o SINDENF e a gestão municipal de saúde almejando a continuidade do pagamento justo e compatível com função da categoria da Enfermagem e abertura de todas as unidades de saúde no dia 12 de Maio, os servidores foram surpreendidos com uma gestão que alega não ter recursos financeiros suficientes para honrar o pagamento à categoria, oferecem um valor consideravelmente menor ao labor a ser desempenhado, e propõem abrirem somente 08 unidades de saúde no dia ‘D’”.
“Ademais, diante toda insatisfação da Categoria envolvida em toda execução da ação preventiva que consiste as campanhas de vacinação, perante a proposta da gestão, fomos surpreendidos, sem qualquer comunicação ao sindicato, através de comunicação interna em 07/05/2018, onde a gestão CONVOCA, sob pena de sanções administrativas por processo de sindicância pelo não acatamento das ordens, aos funcionários das unidades à trabalharem na referida data, frisando aqui que nas diversas tratativas e acordos firmados, ficou entre outros a facultatividade do profissional em participar ou não, sem qualquer perseguição ou coação, o que na realidade demonstrou um completo autoritarismo, desconsideração com os servidores que sempre realizaram com presteza e empenho as campanhas nacionais de vacinação, demonstrando total descaso para com a categoria e seus profissionais”, queixa-se o sindicato.
Por fim, a entidade sindical diz expressar “sua mais profunda insatisfação e demonstração de inapetência da gestão em conduzir de maneira justa, democrática e coerente, a fim de resolver a questão de maneira que contemplasse a todos de maneira equânime e pelos princípios legais da dignidade da pessoa humana, e não com demonstração coerciva de autoridade impessoal”.
Confira a nota na íntegra: