Em seis anos, Samu já prestou mais de 140 mil atendimentos em Dourados
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência começou a socorrer na cidade no dia 31 de março de 2008
Não são raras as vezes que o douradense se depara com viaturas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em rápido deslocamento pelas ruas de Dourados. Ativado na cidade no dia 31 de março de 2008, o serviço já prestou mais de 140 mil atendimentos a população, segundo o atual coordenador, o médico Eduardo da Silveira.
Nos seis anos de atuação em Dourados, o Samu tornou-se uma espécie de segunda chance para quem está prestes a morrer. “A gente fica muito grato ao ouvir até por parte dos hospitais que a gravidade dos pacientes que chegam até eles aumentou muito. Na verdade são aqueles pacientes que morriam na cena do acidente ou pacientes que têm uma parada cardíaca em casa e que com esse atendimento do Samu chegam ao hospital. São pacientes graves que morreriam antes de chegar ao hospital”, pontua Silveira, que coordena o serviço há três anos.
Cirurgião geral, o médico é responsável por coordenar uma equipe com 74 funcionários. Destes, 25 são médicos, seis enfermeiros, nove técnicos de enfermagem e 12 socorristas, além daqueles que compõem a parte administrativa. “Nesses seis anos de Samu em Dourados, nosso telefone já tocou mais de 210 mil vezes, nós já realizamos 140 mil atendimentos não só de rua, mas com orientação por telefone”, informa Silveira.
DESAFIOS
Apesar da demanda crescente por atendimentos, alguns desafios do Samu são recorrentes. Metade da frota de ambulâncias está encostada por fala de manutenção. “Atualmente nós estamos rodando com três viaturas [ambulâncias] e a Captiva à disposição. As outras três estão na oficina para manutenção”, diz. “O desafio nosso diário é sempre prestar um bom atendimento a quem está passando por uma hora difícil. O desafio físico é sempre manter nossas viaturas talvez não em dia, mas o mais próximo possível de estar rodando e atendendo os nossos usuários”.
E as dificuldades não param de aparecer. No fim do ano passado a Prefeitura de Dourados anunciou a regionalização do Samu. Projeto do Ministério da Saúde prevê que 100% do território nacional disponham do atendimento prestado pelo serviço. Desta forma, Naviraí, Nova Andradina, Mundo Novo e Ponta Porã passariam a ser regulados pela central douradense.
“Nessas cidades ficam as equipes treinadas a disposição e quem precisar de socorro nessas cidades irá ligar o número 192; a ligação é imediatamente deslocada para cá que passa pela regulação médica, se for o caso a gente despacha a viatura que está naquela base via rádio”, explica.
Mas esse crescimento da área a ser atendida não foi acompanhado pela devida estrutura. Pelo contrário, houve redução. Embora tenha assumido a regulação de Nova Andradina e Naviraí, o Samu de Dourados deixou de ter dois médicos reguladores por plantão e passou a contar com apenas um, medida tomada pela Prefeitura de Dourados.
“Nós estamos voltando já a esse número de reguladores, que são necessários dois médicos cumprindo a portaria [do Ministério da Saúde], haja vista que Ponta Porã entrou na nossa regionalização e já perfaz uma população de mais de 350 mil habitantes”, anuncia o coordenador. “Tão logo a Secretaria [Municipal] de Saúde libere, nós já estamos trazendo um segundo médico regulador para atender a todas as solicitações e cada vez melhor”.
ATENDIMENTOS
Conforme Eduardo da Silveira, as principais ocorrências atendidas pelo Samu são atendimentos clínicos, principalmente domiciliares. “O Samu faz atendimentos de clínica, cirurgia, trauma, agressão física, ortopédica, psiquiátrica, obstétrica, mas o que mais predomina para nós são os atendimentos clínicos que são as doenças relacionadas a alterações cardiovasculares, pressão alta, infarto, derrame, até mesmo outras doenças como o diabetes”.
"Eu costumo dizer que o Samu é o local que me gratifica muito porque eu me sinto mais próximo de Deus ao chegar no nosso semelhante pela hora da morte e poder ajudá-lo. E isso se deve a toda equipe do Samu, desde o acolhimento da ligação à regulação médica e o envio da viatura. Então isso é um trabalho em equipe", destaca.